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O poder absoluto de Erdogan

O afastamento do primeiro-ministro Davutoglu coloca todo o poder da Turquia nas mãos do Presidente Erdogan, cujo objectivo é tornar presidencialista o regime. 

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Tayypp Erdogan não perdeu tempo para colocar as cartas na mesa: pouco tempo depois da queda, rápida e um pouco triste, do primeiro-ministro Ahmet Davutoglu, o Presidente turco disse que a estratégia estava definida e não mudaria. Ou seja, a sua ambição de transformar a Turquia num sistema presidencialista, em vez de parlamentar, era para continuar. Ao mesmo tempo, visando a Europa, referiu que não ia alterar as leis antiterroristas. Apesar de essa ser uma das condicionantes para cair a necessidade de visto para os turcos poderem entrar na Europa. Algo que tinha sido negociado entre a União Europeia e Davutoglu, no âmbito do acordo mais vasto sofre os refugiados e emigrantes. Erdogan é claro: o seu partido, o AKP, necessita de 330 votos no Parlamento (num total de 550) para conseguir a mudança. E neste momento faltam-lhe 14 votos. Muito provavelmente Erdogan encorajará o novo líder do AKP, que será eleito no congresso do partido a 22 de Maio, a aliciar membros de outros partidos para conseguir essa maioria, o que levaria depois à alteração constitucional. Com o afastamento de Davutoglu, Erdogan mostra agora quem manda, de forma isolada, na Turquia. E a mensagem é clara, seja para Obama, Putin ou a União Europeia. A centralização do poder em Erdogan marca também o ocaso (pelo menos, para já) de Davutoglu. Este acabara de anunciar um acordo com a UE sobre o fim dos vistos para os turcos poderem entrar na Europa (um prémio que nenhum outro governo turco conseguira). Mas horas depois sabia que o seu lugar como primeiro-ministro estava a prazo. Tal como a liderança do AKP, que perderia num congresso extraordinário. Depois de, há seis meses, ter conseguido quase metade dos votos dos turcos, Davutoglu caía sem apelo nem agravo.

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