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Luís Todo Bom - Gestor de Empresas | Autor do livro “Manual de Gestão de Empresas Familiares”
04 de Fevereiro de 2021 às 09:20

Os novos “especialistas” em economia da empresa

A grande maioria destes “especialistas” não tem qualquer formação teórica ou académica relevante, reagem à informação produzida pela comunicação social generalista e propagam a sua ignorância com imenso à vontade, fazendo jus ao provérbio popular, “a ignorância é atrevida”.

O meu pai, que era técnico agrícola, costumava dizer que todos os portugueses “achavam” que sabiam de agricultura e de florestas, porque tinham uma horta e um pequeno pinhal.

Com a migração do meio rural para as cidades, associada ao crescimento da indústria e dos serviços, começaram a surgir os “especialistas” em economia da empresa.

A grande maioria destes “especialistas” não tem qualquer formação teórica ou académica relevante, reagem à informação produzida pela comunicação social generalista e propagam a sua ignorância com imenso à vontade, fazendo jus ao provérbio popular, “a ignorância é atrevida”.

Esta onda crescente de ignorância, alimentada nas redes sociais, tem uma influência muito limitada na cultura e opinião nacional. Por vezes até é divertida.

Situação mais complexa e danosa ocorre com indivíduos que obtiveram um certificado académico formal em economia ou gestão, alunos fracos de instituições universitárias de baixa qualidade, que comentam temas desta área do conhecimento, criando a convicção de que os temas de economia de empresa são uma questão de opinião.

Estão, frequentemente, ligados a partidos da extrema-esquerda, pelo que juntam a ignorância ao desvio ideológico, criando uma mistura explosiva.

A última pérola que chegou ao meu conhecimento, proveniente dum destes “especialistas”, continha uma defesa acalorada das empresas públicas, únicas entidades capazes de garantirem os meios financeiros e tecnológicos necessários para crescerem e atingirem uma dimensão internacional.

Para os economistas de extrema-esquerda, os meios financeiros do Estado são ilimitados!

Duma só assentada, o autor desmente a realidade internacional actual, em que as grandes empresas são todas privadas, e ignora um conjunto de ferramentas teóricas, que se estudam nas boas universidades, tais como a teoria dos recursos, a gestão de sistemas abertos, o paradigma da globalização, com fluxos constantes, abertos e bidireccionais, de pessoas, produtos serviços, capital e conhecimento e a eficiência dos novos processos e produtos financeiros.

Claro que quem é capaz de defender o regime venezuelano, que tem conduzido aquele país para uma redução constante do rendimento per capita e para uma onda de emigração sem precedentes, e o da Coreia do Norte, com um povo a sofrer de raquitismo, que aprovou recentemente a redução da altura mínima para ingressar no exército de 145 cm para 142 cm, não tem nenhum problema em distorcer a realidade económica.

Este posicionamento, da actual aliança política que nos governa, está na base dum conjunto de decisões que têm conduzido o país para um processo de empobrecimento contínuo, com o desenvolvimento de soluções empresariais erradas.

E é, também, o grande responsável pelo número assustador de mortes por covid, com a exclusão de todo o sistema privado de saúde – hospitais, clínicas, farmácias, laboratórios, neste combate, que devia ser, nacional.

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