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26 de Abril de 2001 às 20:08

«Capital de risco: rigor aumenta»

Financiadores estão a apostar em projectos já existentes, diminuindo a fatia dos fundos disponíveis que é aplicada em “start-ups”

Apesar de as empresas da Nova Economia...

Financiadores estão a apostar em projectos já existentes, diminuindo a fatia dos fundos disponíveis que é aplicada em “start-ups”

Apesar de as empresas da Nova Economia continuarem, um pouco por todo o Mundo, a serem penalizadas pelos investidores nos mercados de capitais, o sector do capital de risco continua a apresentar taxas de crescimento expressivas. A grande diferença, no que diz respeito aos “venture capitalists”, reside no facto de a maior fatia dos investimentos estar a ser preferencialmente direccionada para o desenvolvimento de projectos já existentes, em detrimento do apoio ao lançamento de novas “start-ups”. Os números falam por si.

De acordo com os dados mais recentes das instituições americanas Venture Economics e National Venture Capital Association, 108 fundos de capital de risco sediados nos Estados Unidos angariaram 28 mil milhões de dólares (cerca de 5,88 mil milhões de contos, ao câmbio actual), no terceiro trimestre do ano passado. Este montante representa um crescimento de 16 por cento face aos valores apurados entre Abril e Junho do ano 2000, período durante o qual 159 fundos conseguiram reunir 24 mil milhões de dólares (5,04 mil milhões de contos).

Estes números demonstram que o mercado continua a crescer. “O facto de a actividade de angariação de fundos se manter forte demonstra que os ‘venture capitalists’ continuam a encontrar bons negócios em vários sectores, mas também revela que a criação de empresas de tecnologia de ponta exige, actualmente, um capital mais intensivo do que em qualquer outro momento da História”, defende Mark G. Heesen, presidente da National Venture Capital Association.

O crescimento é ainda mais expressivo quando se tem em conta a dimensão média de cada carteira. Entre Julho e Setembro do ano passado, cada fundo de capital de risco geria, em média, cerca de 259,1 milhões de dólares (54,4 milhões de contos), um montante que reflecte um crescimento de mais de 65 por cento relativamente aos activos sob gestão por fundo no segundo trimestre do ano (156,8 milhões de dólares ou 32,9 milhões de contos). Na verdade, o valor médio da carteira dos fundos de capital de risco atingiu, no terceiro trimestre do ano, o seu valor mais elevado de sempre, desde o segundo semestre de 1999.

Esta progressão tem sido conseguida à custa das aplicações realizadas no desenvolvimento de projectos já em curso (“expansion capital”). Dos 28 mil milhões de dólares aplicados entre Julho e Setembro, cerca de 93 por cento destinou-se a empresas já existentes, contra uma percentagem de apenas 78 por cento em 1999. “O facto de o dinheiro estar a ser alocado em empresas já existentes sugere que os investidores estão mais cautelosos relativamente às aplicações em novos fundos de capital de risco. Por outras palavras, o dinheiro continua a circular, mas apenas para aqueles que têm provas dadas”, sublinha Jesse Reyes, vice-presidente da Venture Economics.

Na Europa, e em particular em Portugal, esta tendência também se verifica. De acordo com os dados mais recentes da European Private Equity & Venture Capital Association, relativos ao primeiro semestre de 2000, as empresas de capital de risco investiram 65,05 por cento do conjunto das suas aplicações (7,27 mil milhões de euros ou 1,45 mil milhões de contos) no desenvolvimento de projectos já em curso (“expansion capital”). Por seu turno, o financiamento de “start-ups” (“start-up capital”) recebeu 2,12 mil milhões de euros (425 milhões de contos) e o investimento no desenvolvimento de ideias (“seed capital”) totalizou 385 milhões de euros (77,18 mlhões de contos).

O mercado português é significativamente menor, mas mantém a primazia do capital de desenvolvimento, segmento que representou 68,86 por cento dos 5,3 milhões de contos investidos por empresas de capital de risco. As aplicações em “start-ups” arrecadou os restantes 1,69 milhões de contos, enquanto o “seed-capital” continua a não ter qualquer tradição em Portugal.

Empresário Digital

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