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Mário de Jesus e Alfredo Motty
15 de Setembro de 2008 às 13:00

Cidades Pólos de desenvolvimento local e regional (II)

Iniciámos este artigo definindo os vários papéis que as cidades podem vir a desempenhar como pólos de atractividade e desenvolvimento local ou regional. No seu seguimento falaremos agora de Lisboa e do que consideramos ser necessário para a definição da sua estratégia, como cidade internacional.

1. Diagnósticos e recomendações sobre Lisboa

Lisboa tem bons exemplos de urbanização, como por exemplo o bairro dos Olivais, bairro modelo não só ao nível nacional mas também europeu em meados dos anos 60, dada a harmonia de espaços, a coerência arquitectónica e as preocupações de carácter ambiental pelos espaços verdes que o integraram. O mesmo se aplica ao bairro lisboeta da Encarnação ou Alvalade.

Julgamos no entanto que falta à capital um plano estratégico de médio e longo prazo que lhe defina uma missão. Embora exista um PDM [Plano Director Municipal] faltam planos de pormenor para zonas históricas, nobres ou com carências significativas de um bom ordenamento do território, o que gera a confusão, a indecisão e afasta investidores internacionais como bancos de investimento imobiliário e fundos de investimento imobiliários internacionais. Estes, gostando do que conhecem e julgando as potencialidades de desenvolvimento existentes, desistem em face da indefinição de regras tão elementares como o que se pode construir, o que se pode remodelar, como se pode construir ou quanto se pode construir.

Parte dos problemas de desordenamento existentes, do envelhecimento quer das infra-estruturas imobiliárias ou até da população residente na capital, seriam ultrapassados com o estabelecimento deste plano estratégico, o qual permitiria a recuperação, viabilização e rejuvenescimento da cidade.

Desta forma se definiriam as regras para a recuperação, modernização jurisdição, utilização e melhoramento das estruturas existentes e se encontrariam novas funções para os equipamentos.

2. Cidades e estratégias de internacionalização: Algumas propostas

As cidades são, como se sabe, veículos de captação de receitas importantes e essenciais por via do turismo (de habitação, cultural, mas sobretudo de negócios). Uma cidade competitiva é uma cidade que atrai e gera riqueza.

Num contexto actual de globalização das cidades é urgente que as cidades portuguesas se posicionem estrategicamente no plano internacional como eixos geoestratégicos e geoeconómicos geradores de riqueza e com elevada atractividade de pessoas, investimentos e serviços de qualidade.

Para que isso se torne possível é indispensável melhorar a competitividade dos portos marítimos de cidades como Lisboa, Leixões, Aveiro, Sines e Setúbal, tendo em conta a nossa especificidades geográfica como país de vocação marítima e como ponto de ligação no eixo Europa-Ámerica-África. Por outro lado, cada cidade deve ter definido um plano de internacionalização com vista à captação de investimento cultural, científico e comercial entre outros.

Esse plano de internacionalização implicará o fomento de parcerias internacionais com cidades de dimensão e funções semelhantes de outros países, em sectores onde ambas apresentem pontos fortes, que tenham servido de "benchmarking" em termos de pólos de desenvolvimento e que possam ser alvo de avaliação e partilha de experiência com os responsáveis das cidades portuguesas.

Esse plano de internacionalização, implicará também uma análise SWOT ("Strenghts, Weaknesses, Opportunities and Threats", ou seja Pontos Fortes, Pontos Fracos, Oportunidades e Ameaças) de cada cidade e a definição de uma estratégia de "marketing" internacional com o objectivo de se criar um produto diferenciado (cidade diferenciada) com um preço atractivo (em serviços, em novos investimentos, actividades culturais e sociais) bem como um plano de comunicação internacional que a torne única de modo a que, na mente do residente ou do investidor, esta esteja associada a factores positivos ("market a city as a desirable place to live" usando uma expressão anglo-saxónica do "marketing" das cidades).

Nota: a primeira parte deste artigo saiu na edição do passado dia 11 de Setembro.

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