E o que nos restará depois?
Mesmo perante as atuais catástrofes ambientais, os partidos preferem enquadrar estes acontecimentos extremos, ainda que cada vez mais recorrentes, como emergências episódicas e isoladas, ou como falhas da oposição política. É a velha política do imediatismo — governar para hoje, nunca para a próxima década, num pingue-pongue de muitas culpas e poucas soluções.
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Como vimos no Rio Grande do Sul, na Califórnia, em Valência e noutros locais nos últimos meses, os fenómenos meteorológicos extremos já não são uma realidade distante a que costumávamos dar o benefício da dúvida. Agora, estes vêm até nós sem piedade e de rompante: inundam cidades, queimam florestas, fecham estradas, roubam vidas e destroem infraestruturas sem critério. Mais do que isso, estes fenómenos expõem falhas profundas e pouco discutidas: as dos nossos sistemas políticos concebidos para um mundo que já não é este.
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