Já não falta muito para podermos dizer “crise”
Num cenário em que o que se prevê numa semana é pulverizado na seguinte, as perspetivas para onde quer que olhemos - consumo, exportações, investimento - são muito negativas. A dúvida nesta altura, para Portugal e para a Zona Euro, é só uma: qual será a duração, e a dureza, da crise que está à porta.
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Em junho passado, a expectativa no mercado e de vários economistas em Portugal – com quem falei na altura – era de que a taxa Euribor a 12 meses chegasse a 0,6% em setembro e a 1,08% no final do ano. Ontem, a Euribor a 12 meses estava acima de 2,4%. Há apenas uma semana, vários economistas com quem falei indicaram, admitindo a enorme incerteza que rodeia qualquer previsão, que o ciclo de subida dos juros do BCE terminaria com as taxas de referência algures entre 2,25% e 2,5%. Mas eis que ontem, depois de a Reserva Federal ter surpreendido todos com um novo aumento de 75 pontos base, o mercado já punha as taxas na zona euro em 3% no final do ciclo. Estamos naquela fase dos momentos de convulsão em que o que se prevê numa semana é pulverizado na semana seguinte – e substituído por um cenário substancialmente pior.
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