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O "efeito Obama"

Sabe quem é George Deukmejian? Nas semanas que antecederam as eleições americanas de 4 de Novembro, muitos analistas políticos e especialistas em sondagens repetiram que só o "efeito Bradley" poderia evitar a vitória de Barack Obama. Referiam-se nestes termos ao candidato democrata Tom Bradley aliás, Thomas J. Bradley que perdeu as eleições para governador da Califórnia em 1982.

Mayor de Los Angeles durante cinco mandatos, entre 1973 e 1993, o negro Bradley manteve durante a campanha uma vantagem alargada nos estudos de opinião, mas acabou por perder para o adversário "branco" por pouco mais de 1%, cerca de 100 mil votos. A lição que se retirou foi a seguinte: muitos eleitores tinham vergonha de responder nos inquéritos que não iriam votar num político "negro".

O "efeito Bradley" terá sido constatado mais tarde noutras campanhas em que estiveram envolvidos outros candidatos negros.

Como se vê, Tom Bradley é hoje mais citado e reconhecido que o seu adversário, o vencedor das eleições em 1982 e, de novo, em 1986. E por que não admitir que o dito "efeito Bradley" pode não ter resultado de qualquer argumento rácico, ao contrário do que reza a moral oficial, mas da eficácia política do seu adversário, duplamente vencedor? Para reparar esta injustiça, convém responder a uma pergunta fundamental: quem era o adversário de Bradley? Courken George Deukmejian é o nome do político republicano que venceu as duas eleições. Para comprovar que os resultados de Deukmejian não se ficaram a dever a qualquer tipo de xenofobia dos eleitores californianos, vale a pena recordar que a vida de Deukmejian dá um bom argumento para um filme de Hollywood sobre o sonho americano: filho de arménios oriundos do Império Otomano, imigrantes em Nova Iorque, o apelido traduz-se para "fabricante de botões". É bom também não esquecer que, no segundo confronto com Bradley, em 1986, Deukmejian conseguiu uma vantagem de 23% dos votos.

Terra da liberdade e da oportunidade, a América continua a dar exemplos de superação democrática. Desde terça-feira o "efeito Bradley" passou a ser um episódio ultrapassado pelos acontecimentos. A partir de 4 Novembro de 2008 só se ouvirá falar do "efeito Obama". Um "efeito" com o nome do novo presidente dos Estados Unidos.

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