Tudo em democracia é (des)confiança
Se é facto que a democratização das redes sociais pressupõe dar espaço e algoritmo a quem, por vezes, não o deveria ter (embora este ponto da censura seja discutível), abre-se também espaço para reimaginar como fomentar a tal confiança nos tempos que correm.
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Na conferência “O Poder de Fazer Acontecer” do Negócios, em Lisboa, Francis Fukuyama abordou as feridas mais profundas da democracia e os respetivos curativos, tão incómodos quanto necessários. O filósofo lembrou que a erosão da confiança no contrato social é combustível para o crescimento do populismo, dos ataques às instituições, da descrença no Estado de direito e do enfraquecimento das democracias liberais. Acresce que a confiança se constrói e depende estritamente de valores, de compromisso e de adaptação por parte dos atores democráticos, desde logo na circulação de informação e na reforma atempada dos media. É uma grande desventura, mas também uma oportunidade, as democracias liberais viverem tudo isto na era da Internet, das redes sociais e do rápido avanço da inteligência artificial.
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