Há cerca de dois anos, o rápido crescimento económico do Brasil e a expansão da sua classe média converteram o Brasil no menino querido dos mercados financeiros, enquanto o México era mais conhecido pelo tráfico de droga e pela violência. Devido ao seu crescimento lento e à paralisação das reformas económicas, os mercados financeiros estavam a ponto de declarar o México uma causa perdida.
Os participantes chegaram, os convidados europeus foram recebidos, os discursos foram pronunciados, os brindes feitos e, no final, a reunião anual da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (CELAC) foi considerada um sucesso. Mas, o que ficou na manhã seguinte foi a clara sensação de uma região que está profundamente dividida, onde falta um objectivo comum e, acima de tudo, com falta de liderança.
As metas de inflação – a regra que a maioria dos bancos centrais do mundo (excepto a Reserva Federal dos Estados Unidos) utiliza para fixar as taxas de juro – estão a dar as últimas? Muitos analistas acreditam que sim.
Há muito que a Europa é ameaçada por duas crises. A primeira explodiu com um ataque especulativo bem-sucedido aos títulos de dívida pública de vários países da Zona Euro, pondo de imediato em perigo a sobrevivência da moeda única. O presidente do Banco Central Europeu (BCE), Mario Draghi, prometeu fazer "tudo o que fosse necessário" para evitar um incumprimento soberano na Zona Euro e parece que esse risco diminui – pelo menos por agora.
O Brasil precisa de crescer mais. É o que a presidente do país, Dilma Rousseff, continua a dizer aos brasileiros. Com a economia quase estagnada em 2011 e na primeira metade de 2012, um crescimento mais rápido é uma necessidade política para ela.
O Chile produz, actualmente, um terço do lítio de todo o mundo usado nas baterias que fornecem energia a tudo, desde computadores aos carros – e tem um grande potencial para expandir essa proporção. Mas, enquanto todos concordam que o Chile deve aperceber-se do seu potencial como um fornecedor global de lítio, o debate local sobre como alcançar essa conquista tem incendiado os ânimos mas não tem trazido respostas.
Os chilenos não confiam nos políticos, nos partidos, nos juízes, no patronato, nem mesmo nos membros do clero.
Emoção, caras jovens e esperançadas, a sensação de que os melhores e mais brilhantes de uma nação estavam unidos por uma causa nobre: o cenário foi um edifício de escritórios em Caracas, na Venezuela, em Julho de 2012. Mas, para um chileno como eu, poderia ter sido Santiago, em Outubro de 1988. O quartel-general da campanha do candidato presidencial da oposição, Henrique Capriles, é muito parecido com o da campanha do "Não" contra o antigo ditador militar do Chile, Augusto Pinochet.
Os guardiães da austeridade na Europa estão a ripostar.
Os responsáveis pelas políticas europeias parecem estar surpreendidos com a actual corrida aos depósitos na Grécia (e com a que está a começar em Espanha). Não deveriam. Quem está familiarizado com os colapsos nos mercados emergentes sabe que, depois de uma crise orçamental, quase sempre se segue uma crise financeira.
A única coisa pior do que um mau filme é assistir a um mau filme mais do que uma vez. Ao nacionalizar a gigante petrolífera YPF, a Argentina fez-nos assistir a uma história de nacionalismo económico de um estilo que todo o mundo conhece bem. Nós já assistimos a este filme e ele termina mal.