O ciclo infernal que nos espera
Uma forte recessão é a única coisa que pode moderar a inflação dos preços e salários, mas isso agravará ainda mais a crise da dívida – o que, por sua vez, alimentará uma desaceleração económica mais profunda. Atendendo a que o apoio à liquidez não pode evitar este infernal ciclo sistémico, todos devem preparar-se para a crise da dívida estagflacionista que aí vem.
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Em janeiro de 2022, quando os juros das Obrigações do Tesouro (OT) a 10 anos dos Estados Unidos ainda rondavam 1% e os das Bunds alemãs na mesma maturidade eram de 0,5%, adverti que a inflação afetaria tanto as ações como as obrigações. A inflação mais elevada conduziria a um aumento das "yields" da dívida, o que, por sua vez, penalizaria as ações à medida que o fator de desconto dos dividendos fosse aumentando. No entanto, ao mesmo tempo, os juros mais elevados das obrigações – um ativo considerado "seguro" – implicariam também uma queda do seu preço, devido à relação inversa entre as "yields" e o preço das obrigações.
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