Magia ou pesadelo? O dilema americano
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Rupert Cornwell, no Independent, recorda a campanha de Bill Clinton e Al Gore há duas décadas. E sente saudades. Pergunta mesmo: "Poderá Hillary recapturar agora a magia?" Recorda a música dos Fleetwood Mac, "Don't Stop", que serviu de banda sonora a Clinton e Gore. E agora? Hillary tem uma tarefa difícil pela frente e há dois estados fundamentais, onde os democratas e Obama costumavam ganhar: Pennsylvania e Ohio. Mas aí Trump ameaça porque o seu discurso acerta no coração dos trabalhadores brancos que querem empregos e o fim da globalização. Ohio é mesmo decisivo, como diz Cornwell: "Se Trump vai ganhar as eleições para a Casa Branca, o magnata do imobiliário vai com certeza vencer aqui." Max Boot, no New York Times, levanta uma outra questão, muito interessante: durante muitos anos o Partido Republicano foi conhecido como o "partido estúpido". Os seus líderes sentiam-se confortáveis com isso, contra os "intelectuais" democratas. Escreve ele: "Trump nunca ouviu falar do Brexit até poucas semanas antes do voto. Ele pensa que a Constituição tem 12 artigos em vez de 7. (…) Trump parece mesmo orgulhoso da sua falta de conhecimento. O pouco que Trump sabe vem da televisão. Quando lhe perguntaram se tinha conselheiros militares, ele respondeu: 'Eu vejo os programas de televisão'."
Não admira que William Kristol, no conservador Weekly Standard reflicta sobre o futuro: "Poderemos sobreviver a Hillary Clinton. (…) O seu movimento está intelectual e moralmente exausto. (…) Também poderemos sobreviver a Donald Trump. O seu populismo demagógico não providencia qualquer base para um governo de sucesso. Mas também deveremos saber que o seu 'takeover' hostil do Partido Republicano mostra que o conservadorismo também precisa de reforma e renovação."
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