Rajoy e Rivera apertaram as mãos. Acabarão colados?
Mariano Rajoy e Albert Rovera, aparentemente, chegaram a acordo para formar Governo e para "melhorar a Espanha".
Pedro Sánchez, líder do PSOE, já disse que não apoia a solução. Problema bicudo: PP e Ciudadanos não têm votos suficientes para garantir a investidura. Precisam da abstenção do PSOE ou, mesmo, do Podemos. Há solução ou caminhamos para as terceiras eleições? Santiago González, no El Mundo, diz que: "Sánchez negou-se três vezes a atender as chamadas do presidente (em funções), situação insólita em qualquer democracia europeia. (…) Amanhã encontrar-se-á com Rajoy para dizer não às 150 medidas que em Março eram a chave da reforma. Rajoy, por seu lado, admite agora encantado medidas que em Março lhe pareciam inaceitáveis". Alguém percebe? Enric Juliana, no La Vanguardia (da Catalunha), critica o acordo: "O acordo entre o PP e o Ciudadanos não é propriamente um pacto de investidura. (…)A entente PP-Ciudadanos não é a porta de saída do labirinto, mas também não é papel molhado. (…) Este programa é a síntese de duas direitas, a veterana e a jovem. É um bronzeado liberal centrista. É a musculação do nacionalismo espanhol (realmente existente). É a plataforma que receberá nas próximas horas o inequívoco apoio dos 'poderes fortes' do país: os económicos. É a conjugação que agrada a Bruxelas e Berlim.". Na Catalunha assiste-se, de forma nervosa, a esta unificação.
Já David Torres, no Público, refere que: "Da regeneração democrática que prometia há uns meses, Albert Rivera passou à resignação patriótica, demonstrando que do amor ao ódio é só um passo e vice-versa. Aquela proclamação sanitária repetida cem vezes ('nunca apoiaremos Rajoy') terminou no primeiro prato, servido com uma apetitosa guarnição de acordos com batatas. O aperto de mãos teve tanta convicção que iam acabando com o braço colado".
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