pixel

Negócios: Cotações, Mercados, Economia, Empresas

Notícias em Destaque

Antonio Monegal: “Todas as guerras começam com as palavras”

“Quando Putin decidiu invadir Ucrânia, disse de imediato: ‘Vamos lutar contra os nazis’. Usou a linguagem de uma guerra passada para explicar a guerra que ia fazer. Sem uma história, um relato, uma narrativa sobre a guerra, teria sido difícil explicar o seu porquê. De alguma forma, a guerra necessita de uma linguagem que a acompanhe”, aponta o ensaísta catalão Antonio Monegal, autor de livros como “O Silêncio da Guerra” e Como o Ar que Respiramos”.

Sérgio Lemos
04 de Abril de 2025 às 11:00
  • Partilhar artigo
  • ...

O primeiro passo para uma guerra é transformar o outro em inimigo - e isso começa no discurso. Quando Putin decidiu invadir a Ucrânia, disse: "Vamos lutar contra os nazis". Sem uma história, um relato ou uma narrativa que a "justifique", é difícil explicar uma batalha; a guerra necessita de uma linguagem que a acompanhe, aponta o ensaísta catalão Antonio Monegal, professor catedrático de Teoria da Literatura e Literatura Comparada na Universidad Pompeu Fabra e autor de livros "Como o Ar que Respiramos - O Sentido da Cultura", vencedor do Prémio Nacional de Ensaio 2023 em Espanha. Não há um tempo totalmente alheio à guerra, em que a guerra não faça parte da nossa cultura. Mas o que é a guerra para quem nunca a viveu? Como pensar e como dizer a guerra, sobretudo uma guerra alheia? Estas são as perguntas de partida do ensaísta no último trabalho, "O Silêncio da Guerra". Segue-se, em breve, um livro diferente - sobre o pai. Antonio Monegal sabia que o pai tinha estado na Guerra Civil Espanhola, mas não sabia muitas outras coisas - os pais são, muitas vezes, "grandes desconhecidos dos filhos".

Ver comentários
Publicidade
C•Studio