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O desaparecimento de uma oliveira

Um livro recentemente publicado vem chamar a nossa atenção para a necessidade de classificarmos a terra e as árvores como parte fundamental do nosso património mais precioso.

21 de Junho de 2013 às 14:00
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Há uns quatro ou cinco anos, perdi algumas semanas algures no mais profundo do Interior do Alentejo, especialmente na zona de Mértola, em busca de ladrões de árvores centenárias. A informação chegou via um idoso que ainda hoje vive num monte isolado, que tinha conhecido numa das minhas caminhadas feitas apenas para saber um pouco mais da aridez perdida alentejana. As árvores eram oliveiras, algumas com duzentos ou trezentos anos, que subitamente eram levantadas do chão, com as raízes, e desapareciam. Juntamente com o idoso, detectei quase duas dezenas destas operações, num raio de vinte quilómetros. O idoso conhecia a história da maior parte daquelas árvores, a quem tinham pertencido, a quem tinham servido, que episódios ocorreram com a sua participação. Por exemplo, uma delas servia de referência e ponto de encontro para os contrabandistas, nos anos da Guerra Civil de Espanha. O desaparecimento era um mistério para o idoso, e provocava-lhe uma aguda dor de alma, mas alguma investigação permitiu descobrir a razão de tudo. As árvores eram alvos em nome de uma tendência ocidental recente, a do super luxo inacessível.

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