Os acontecimentos em Paris: Terrorismo. O grande dilema europeu
Agora, cortado a sangue o humor do Charlie Hebdo, aquilo que já era uma realidade disfarçada, a construção de uma fortaleza à volta das fronteiras da Europa, volta às primeiras linhas. Uma fortaleza que poderá tornar os Estados mais fortes e os cidadãos mais fracos. E, neste pântano, são as forças dos extremos que têm algo a ganhar.
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Há coincidências intrigantes. Os ataques sangrentos em Paris coincidiram com aquilo que deveria ser a última provocação do escritor Michel Houellebecq, o lançamento do livro "Soumission". Livro de antecipação, algo paranóico, coloca-nos na França de 2022, durante as eleições presidenciais, depois de François Hollande se arrastar de forma penosa para acabar o segundo mandato. Mas, ao contrário do que suporia, os partidos em luta não serão o PS e a UMP, mas sim a Frente Nacional e a Fraternidade Muçulmana. O candidato desta, Mohamed Ben Abbes, propõe lugares no governo aos republicanos e ganha as eleições. Os conflitos acalmam-se, a delinquência decresce, tal como o desemprego (o novo governo proíbe as mulheres de trabalharem e de se vestirem de forma diferente enquanto promove a poligamia). O projecto secreto de Ben Abbes é ligar a Turquia, Argélia, Marrocos, Egipto, Tunísia e a Europa para criar um novo Império Romano, convertendo cristão e ateus ao Islão.
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