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Partidos e dissidências

Quem é que ainda pode alimentar a ilusão da "democracia" interna sem limites? O caso recente da expulsão de António Capucho é o último capítulo de uma longa novela, onde os inocentes de hoje estavam distraídos no passado.

21 de Fevereiro de 2014 às 14:02
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Todos os partidos têm uma linha justa. A dos líderes. A dissidência é, por isso, algo que vai contra a lógica da existência de um partido. Pode, num partido, haver divergências de opinião, mas o espírito nunca é divergente de um "caos organizado". Os homens e mulheres juntam-se num partido porque este tem princípios e ideais com os quais concordam. E que têm um objectivo único: a conquista e o exercício do poder. Nisso, um partido funciona como um exército: há uma hierarquia e um fim. Ou seja, disciplina e busca da vitória. Tudo o resto não passa de romantismos. A coesão de corpo é fundamental. Basta ler os estatutos dos principais partidos portugueses para se entender a mensagem: o objectivo é moldar Portugal aos ideais que defende. E, para isso, há que conquistar o poder. Os militantes devem, assim, contribuir para a unidade do corpo. Nos estatutos do PSD, lá está, no âmbito da "democraticidade interna": "respeito de todos pela decisão da maioria". No PS, reconhece-se "aos seus membros liberdade de crítica e de opinião, exigindo o respeito pelas decisões tomadas democraticamente nos termos dos presentes estatutos". No PCP, "os militantes devem defender a unidade e a coesão do Partido". E, no CDS, os militantes devem "não se candidatar, em circunstância alguma, em listas de outras forças partidárias ou em listas de independentes contra listas do Partido, sob pena de aplicação de sanção disciplinar de expulsão". As fronteiras estão desenhadas. E, por isso, quem é que ainda pode alimentar a ilusão da "democracia" interna sem limites?

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