Banco Alimentar também quer “comer” à mesa dos fundos comunitários

O Banco Alimentar Contra a Fome do Porto equaciona candidatar-se ao Portugal 2020 para se tornar mais sustentável em termos financeiros, seguindo as soluções propostas pelo estudo de mercado elaborado pela FEP Junior Consulting.
Rui Neves 27 de Maio de 2016 às 12:41

No próximo fim-de-semana (dias 28 e 29 de Maio), os Bancos Alimentares Contra a Fome lançam mais uma campanha de recolha de alimentos em hiper e supermercados. Na zona do Porto, esta organização mobilizará aproximadamente cinco mil voluntários, que recolherão as contribuições efectuadas em cerca de 250 estabelecimentos comerciais.

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O produto da campanha será distribuído localmente a partir da próxima semana, através de 410 instituições de solidariedade social previamente seleccionadas, a cerca de 90 mil pessoas com carências alimentares comprovadas.

Na campanha a realizar nos próximos dois dias, o Banco Alimentar Contra a Fome do Porto terá já em operação uma base de dados onde é possível verificar a assiduidade dos voluntários e se consegue consultar informações acerca dos mesmos aumentando a eficácia da gestão das pessoas.

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Esta é uma das medidas preconizadas pela FEP Junior Consulting, uma organização composta por alunos da Faculdade de Economia da Universidade do Porto, que desenvolveu um estudo de mercado para o Banco Alimentar Contra a Fome do Porto, a que o Negócios teve acesso.

Focadas na sustentabilidade, no financiamento e nos voluntários, preocupações deste singular banco de solidariedade, a FEP Junior apresentou um conjunto de medidas para solucionar estas necessidades, de forma a optimizar a produtividade, a eficácia e o desempenho da instituição.

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Captar fundos comunitários para continua a "alimentar esta ideia"

Com uma nova campanha de recolha de alimentos à porta, António Cândido Silva, presidente do Banco Alimentar Contra a Fome do Porto, enfatiza o facto de este estudo ter surgido na altura certa, tendo algumas das medidas sugeridas sido já "implementadas a pensar neste grande momento".

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No segundo grande momento de 2016, a campanha de Novembro, a organização liderada por António Cândido Silva "já terá novas medidas implementadas, sempre focadas na sustentabilidade, na performance da instituição e no compromisso com a responsabilidade social".

Entretanto, o mesmo responsável confirmou ao Negócios que o Banco Alimentar Contra a Fome do Porto está a equacionar apresentar uma candidatura ao Portugal 2020 (novo ciclo de fundos comunitários), aceitando assim implementar uma das soluções avançadas pelo estudo da FEP Junior.

A empresa dos estudantes da FEP considera que o Portugal 2020 "configura-se como uma das mais prováveis fontes de rendimento para potenciar" um dos principais objectivos do plano elaborado para o Banco Alimentar Contra a Fome do Porto – "apresentar alternativas" que permitam a esta organização tonar-se "mais auto-sustentável em termos financeiros". Nesse sentido, o estudo traça um "roadmap" do Portugal 2020 para que a medida seja bem sucedida.

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Criar patrocinadores como acontece no Banco de Alimentos de Madrid

Sendo a "Corporate Social Responsability", uma actividade que privilegia o apoio de causas solidárias, evidenciando a preocupação da empresa em causa com determinados problemas existentes na nossa sociedade, uma das maiores "trends" do momento a nível empresarial, a FEP Junior considera também fundamental para o Banco Alimentar "a criação de uma rede de empresas que se associem ao movimento em causa, podendo, desta forma, noticiar o apoio fornecido e consequentemente criar uma imagem positiva na mente do consumidor".

Com base em estratégias implementadas noutras instituições sem fins lucrativos espalhadas por todo o mundo, propõe que seja criada a categoria de "sponsors" (patrocinadores), tal como acontece no Banco de Alimentos de Madrid, como meio para aumentar o volume de doações anuais.

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"Tal como o nome indica, as empresas serão patrocinadoras do Banco Alimentar, fazendo doações em dinheiro e recebendo notoriedade e destaque tanto no armazém como nos meios de comunicação social utilizados pelo Banco Alimentar. Outros benefícios para o patrocinador poderão ser a atribuição de um cabaz às instituições, patrocinado directamente pela empresa e/ou um corredor no armazém do Banco Alimentar Contra a Fome do Porto, com o nome da empresa", lê-se na página 27 do estudo de mercado realizado pela FEP Junior.

Com o objectivo de abranger todo o tipo de empresas, com diferentes volumes de negócios, capacidade para apoiar estes projectos e incentivar também doações de cada vez maiores montantes, a autora do estudo propõe a criação de três diferentes categorias – Silver doação de 250 euros), Gold (650 euros) e Diamond (mil euros), às quais estarão associados diversos privilégios e direitos.

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