Berardo defende angolanos e critica Geldof

O empresário Joe Berardo considerou hoje, em declarações à agência Lusa, que Bob Geldof não sabe do que está a falar quando afirma que "Angola é um país gerido por criminosos".
Negócios com Lusa 08 de Maio de 2008 às 19:46

O empresário Joe Berardo considerou hoje, em declarações à agência Lusa, que Bob Geldof não sabe do que está a falar quando afirma que "Angola é um país gerido por criminosos".

O empresário garantiu à Lusa que não tem negócios naquele país africano, mas, no seu entender, o desenvolvimento económico e social dos últimos anos deve ser elogiado e apoiado.

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"Geldof pode ter sido muito bom artista, mas revela uma grande ignorância quando fala sobre Angola", afirmou.

"Portugal deve apoiar Angola, um país que atravessa um processo de transição política e que caminha para a democracia plena", afirmou Joe Berardo, acrescentando mesmo que o futuro de Portugal e dos portugueses passa muito por África e por Angola em particular.

As críticas de Berardo resultam das afirmações do cantor Bob Geldof, numa conferência na terça-feira em Lisboa, promovida pelo Banco Espírito Santo e pelo semanário Expresso, segundo as quais Angola "é um país gerido por criminosos" e tem "das casas mais ricas do mundo", mesmo "mais caras" do que em Londres ou Nova Iorque.

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O BES, refira-se, demarcou-se desde logo das afirmações de Geldof.

As ligações de Berardo a Angola têm, hoje, um nome: Millennium bcp, o maior banco privado português, do qual é um accionista de referência, assim como a Sonangol. Sobre esta presença de Angola no capital do BCP, Berardo não tem dúvidas em afirmar que "a Sonangol é muito bem-vinda e que o BCP e o país beneficiam, e muito, deste investimento".

Portugal deve dar as boas-vindas ao capital angolano, como os angolanos têm dado as boas-vindas aos empresários portugueses, acrescentou.

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O empresário reconheceu a existência de focos de corrupção e de pobreza em Angola, mas questionou: "E na China e na Índia ou mesmo nos Estados Unidos não há?".Mais importante, disse, é avaliar o percurso de um país que saiu de uma guerra civil ainda há poucos anos e que é hoje uma das economias que apresenta maiores taxas de crescimento em todo o mundo.

"Este crescimento beneficia toda a população", enfatizou.

Sem fugir as questões sobre a governação e transparência do regime político angolano, liderado por José Eduardo dos Santos, Berardo considerou que um país com um desenvolvimento económico acelerado como o angolano, e com a sua história recente, precisa de uma liderança forte, sob pena de se pôr em causa o trabalho que está a ser feito.

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Joe Berardo considerou que Angola não precisa do seu investimento financeiro. Prefere, antes, apoiar o desenvolvimento cultural do país e, neste contexto, afirmou à agência Lusa que está disponível para promover exposições e outras iniciativas culturais através da sua Fundação, que tem dezenas de peças de arte africanas.

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