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Alexandra Leitão acusa Moedas de fazer "exercício de desculpabilização"

A socialista considerou que a entrevista que Carlos Moedas deu neste domingo à noite à SIC "é um exercício de desculpabilização pouco digno de um responsável político".

Alexandra Leitão é candidata pela coligação PS/Livre/BE/PAN à Câmara de Lisboa nas próximas autárquicas.
Alexandra Leitão é candidata pela coligação PS/Livre/BE/PAN à Câmara de Lisboa nas próximas autárquicas. Bruno Colaço
07 de Setembro de 2025 às 23:34

A socialista Alexandra Leitão, candidata pela coligação PS/Livre/BE/PAN à Câmara de Lisboa nas próximas autárquicas, acusou o presidente da autarquia e recandidato, Carlos Moedas (PSD), de fazer "exercício de desculpabilização" sobre acidente no elevador da Glória.

"Carlos Moedas voltou ao ataque pessoal. Não sabe fazer política de outra forma. Quem o oiça acha que a primeira vítima do trágico acidente no elevador da Glória foi ele próprio. Não foi. Foram os mortos, os feridos e as suas famílias", afirmou Alexandra Leitão, numa publicação na rede social X, em reação à entrevista do presidente da Câmara de Lisboa.

A socialista considerou que a entrevista que Carlos Moedas deu neste domingo à noite à SIC "é um exercício de desculpabilização pouco digno de um responsável político". "Não trouxe respostas, não apresentou soluções e não anunciou uma única medida que ajude as vítimas ou que restaure a confiança dos lisboetas nas infraestruturas da cidade", apontou.

Em entrevista à SIC, a primeira dada a um órgão de comunicação social desde o acidente com o elevador da Glória, que ocorreu na quarta-feira e causou 16 mortos e duas dezenas de feridos, entre portugueses e estrangeiros de várias nacionalidades, o social-democrata Carlos Moedas criticou "a politização" da tragédia.

"Revolta-me muito ver que certos partidos políticos, de uma maneira direta, e outros dissimulados, como é o caso do PS de Lisboa [...] porque no fundo tem uma candidata que não vem pedir a minha demissão, mas encarrega todos os seus sicários e todos os seus apoiantes para vierem por trás como Pedro Nuno Santos como Brilhante Dias", declarou o presidente da Câmara de Lisboa.

O autarca do PSD disse ainda que faz "uma grande diferença" entre o PS liderado por José Luís Carneiro, "que é um homem centrista", e o PS de Lisboa, "que é um bloco da esquerda, aliado ao BE, que se radicalizou", considerando que "há dois PS diferentes".

Sobre o papel da socialista Alexandra Leitão, ao falar do acidente com o elevador da Glória, o social-democrata Carlos Moedas considerou que "foi muito cínico, dissimulado".

Alexandra Leitão, cabeça de lista da coligação PS/Livre/BE/PAN à Câmara de Lisboa nas eleições autárquicas de 12 de outubro, tem recusado avançar com pedidos de demissão sobre a tragédia, mas tem exigido "um cabal esclarecimento e uma assunção de responsabilidades" quanto ao acidente, lembrando o caso da partilha de dados de ativistas russos por parte da autarquia da capital em 2021, antes das eleições autárquicas desse ano, em que Carlos Moedas pediu a demissão do então presidente do município, Fernando Medina (PS).

A oposição à liderança PSD/CDS-PP na Câmara de Lisboa, nomeadamente PS, PCP, BE, Livre e Cidadãos Por Lisboa (eleitos pela coligação PS/Livre), tem recusado avançar com pedidos de demissão na sequência do acidente com o elevador da Glória, mas ressalvam que o presidente da autarquia, Carlos Moedas (PSD), "é o responsável político máximo" pela empresa municipal Carris.

O elevador da Glória é gerido pela Carris, liga a Praça dos Restauradores ao Jardim de São Pedro de Alcântara, no Bairro Alto, num percurso de cerca de 265 metros e é muito procurado por turistas.

Segunda-feira, a partir das 09:30, a Câmara de Lisboa vai realizar uma reunião extraordinária dedicada ao acidente com o elevador da Glória, na qual deverão ser discutidas medidas de apoio às vítimas e familiares, assim como de apuramento das causas e responsabilidades.

Até ao momento, a vereação do PS avançou com uma proposta que sugere a criação de um memorial na Calçada da Glória e a abertura de um gabinete municipal de apoio às vítimas, assim como a constituição de uma comissão externa de auditoria.

O acidente provocou 16 mortos - cinco portugueses, dois sul-coreanos, um suíço, três britânicos, dois canadianos, um ucraniano, um norte-americano e um francês -, e ainda 22 feridos.

O Governo decretou um dia de luto nacional, que foi cumprido na quinta-feira, enquanto a Câmara de Lisboa decretou três dias de luto municipal, entre quinta-feira e sábado.

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