O presidente da Argentina Fernado de la Rua declarou ontem o Estado de Sítio no país face aos protestos da população que já provocaram diversos mortos. O ministro da Economia Domingo Cavallo apresentou a demissão que deve ser seguida pelos seus colegas do Executivo.

A população argentina saiu ontem às ruas para protestar contra a situação económica que o país atravessa e provocou diversos distúrbios que levaram já à morte de pelo menos quatro pessoas, mais de cem feridos e 300 detidos.

Numa declaração ao país, o presidente Fernando de la Rua declarou o Estado de Sítio por um período de 30 dias e pediu às autoridades policiais que restaurassem a normalidade nas ruas das principais cidades, onde acontecem pilhagens, roubos e incêndios.

Fernando de la Rúa reconhece que a Argentina «vive horas difíceis», admitindo que há muitos argentinos com problemas, mas também há «grupos inimigos da ordem e da República que aproveitam para semear a discórdia e a violência».

A televisão local noticiou que o ministro da Economia já apresentou a sua demissão e que os restantes ministros do Governo argentino deverão fazer o mesmo.

A população, que está em greve geral, protesta contra a grave crise económica vivida pelo país e pelas medidas tomadas pelo Governo, como cortar os salários, pensões sociais e limitar o levantamento de dinheiro do banco.

A grave crise económica da Argentina está a afectar as outras economias da América Latina, como o Brasil, onde as companhias portuguesas detém fortes investimentos.