Visita de Xi Jinping à Rússia já terminou: "Toma conta de ti, querido amigo"
De uma visita de três dias resultaram as garantias de "cooperação" e "amizade" e ecoaram palavras de uma nova ordem mundial.
A visita do presidente chinês, Xi Jinping, à Rússia terminou esta quarta-feira, após dois dias de conversações com o homólogo russo, Vladimir Putin. Do encontro ficaram votos de uma forte amizade, promessas de cooperação económica e voltaram a soar ecos de "uma nova ordem mundial". Ficou ainda reforçada a união contra o inimigo em comum: os Estados Unidos.
Em comunicados separados, os dois países assumiram ter visões partilhadas e uma união de solidariedade. "Eles partilham da visão que esta relação vai além do âmbito bilateral e alcançou uma importância para o cenário global e o futuro da humanidade", afirmou o país liderado por Xi Jinping.
Já a Rússia declarou que os dois países "estão a trabalhar juntos na formação de uma ordem mundial multipolar mais justa e democrática, que deverá ser baseada no papel central das Nações Unidas, do seu Conselho de Segurança, no direito internacional e nos propósitos e princípios da Carta da ONU".
Entre os compromissos firmados neste encontro, de acordo com os meios de comunicação internacionais, estão a garantia de segurança energética e alimentar, o maior uso da moeda local, a expansão do comércio bilateral e o desenvolvimento de infraestruturas. Contudo, segundo a Bloomberg, faltou a garantia da China de comprar "muito mais gás".
Sobre a Ucrânia, a China ressalvou a sua "imparcialidade" e ficam os elogios de Putin pela proposta apresentada por Pequim para a resolução do conflito e as acusações a Kiev e ao Ocidente pela rejeição.
"Acreditamos que muitas das disposições do plano de paz delineado pela China estão em consonância com as abordagens russas e podem ser tomadas como base para uma resolução pacífica [da guerra] quando Kiev e o Ocidente estiverem prontos para isso", referiu Vladimir Putin, sublinhando que, "por enquanto, não há nenhuma prontidão da parte deles".
Na despedida, fica a imagem de dois países aliados, numa altura em que a Rússia se apresenta cada vez mais isolada, e o convite a Putin para que vá à China. "Toma conta de ti, querido amigo", proferiu o líder chinês na despedida.
O plano de paz proposto por Pequim para colocar fim à guerra na Ucrânia assenta em 12 pontos, que vão desde "o respeito pela soberania dos países", ao "abandono da mentalidade da Guerra Fria" aos "fim das sanções unilaterais".
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