Primeiro-ministro italiano diz que não se demite e desafia Renzi
"Não me demito. E quem quiser o meu lugar que o diga." Esta foi a mensagem principal deixada pelo actual primeiro-ministro italiano, Enrico Letta, na apresentação de um "pacto de coligação" com o nome "Compromisso Itália" e que mais não é do que a tomada de uma posição de força face à pretensão do novo secretário-geral do Partido Democrático (PD), eleito em Dezembro, Matteo Renzi (na foto em baixo).
PUB
A manhã desta quarta-feira começou com um encontro de pouco mais de uma hora entre os dois principais líderes do PD: Letta enquanto líder formal, uma vez que chefia o Executivo italiano e Renzi que além de ser o novo secretário-geral do partido reúne grande consenso e apoio no interior do PD. O encontro obteve "um resultado nulo" como escrevia o "La Repubblica" e demonstrou que as posições de Letta e Renzi se haviam extremado. Letta disse, no final, que "iria seguir em frente" e Renzi deixou para quinta-feira, 13 de Fevereiro, uma tomada de posição sobre o assunto.
PUB
PUB
Porém, apesar das críticas, Renzi ainda não precisou se pretende ou não ocupar o lugar de Letta. Nesse sentido Letta pediu, na sua declaração desta quarta-feira, ao edil de Florença para "clarificar" e "dizer se quer o meu lugar". De acordo com a imprensa italiana Renzi dispõe do apoio da generalidade do PD, que deverá segui-lo seja qual for a sua decisão, e até o próprio vice-primeiro-ministro, Angelino Alfano, antigo delfim de Silvio Berlusconi, e actual líder do Novo Centro Direita, que sustém o actual Executivo, corrobora desta ideia e afirmou que "Enrico [Letta] perdeu sozinho" porque "o PD está todo com Matteo Renzi".
PUB
Ainda não é possível prever qual o final de mais esta crise política em Roma mas é expectável que a declaração de Renzi, esta quinta-feira, defina o caminho a seguir. O Presidente da República, Giorgio Napolitano, não quer novas eleições e também não é favorável à nomeação de mais um primeiro-ministro que não tenha sido directamente sufragado pelos eleitores italianos, depois de Mario Monti e Enrico Letta, mas deverá aceitar a decisão final de Renzi tendo em conta a mensagem que lhe dirigiu no encontro que mantiveram na segunda-feira à noite quando aconselhou o jovem político florentino a "agir como um líder e tomar as suas próprias decisões".
Saber mais sobre...
Saber mais Enrico Letta Itália Matteo Renzi Giorgio Napolitano Silvio Berlusconi FlorençaMais lidas
O Negócios recomenda