Alemanha e França querem extensão "o mais curta possível" do prazo do Brexit
É praticamente certo que a saída do Reino Unido da União Europeia (UE) será novamente adiada, mas, a poucas horas da reunião do Conselho Europeu onde será discutido o Brexit, a nova data permanece por conhecer e não há ainda consenso entre todos os Estados-membros do bloco europeu. Para já, segundo avança a Reuters, é certo que Alemanha, França, Luxemburgo e o negociador da UE para o Brexit, Michel Barnier, aceitam o adiamento, mas preferem que seja pelo prazo mais curto possível, e não até março de 2020, como defendem outros Estados-membros.
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A reunião dos 27 Estados-membros com a primeira-ministra britânica arranca às 18:30 desta quarta-feira, 10 de abril, estando marcada uma conferência de imprensa para o final da reunião. Na terça-feira, foi já divulgada uma versão preliminar das conclusões deste Conselho Europeu extraordinário, que aponta para que a União Europeia exija várias condições em troca do novo adiamento do Brexit, incluindo a aprovação do acordo de saída que tinha sido estabelecido com Bruxelas.
O objetivo de Theresa May é adiar o Brexit para 30 de junho, de acordo com os meios de comunicação britânicos, mas o desfecho está em aberto, até porque, dentro da União Europeia, há quem queira um adiamento até março de 2020.
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Do lado dos que defendem um adiamento curto do Brexit, argumenta-se que esse será o melhor cenário para pressionar o Reino Unido a aceitar o acordo celebrado entre Theresa May e Bruxelas, rejeitado no parlamento britânico.
Os franceses são os mais rígidos neste ponto, com Emmanuel Macron a defender que, se a extensão do prazo acabar por ser mais longa, May deverá assinar um compromisso em como o Reino Unido não poderá vetar decisões da União Europeia. Isto porque, a prolongar-se a saída, os britânicos terão de participar nas próximas eleições europeias, que se realizam em maio.
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A Alemanha, por seu lado, tem assumido uma postura de maior apoio ao Reino Unido. Esta quarta-feira, o ministro alemão das Finanças, Olaf Scholz, afirma, em declarações à Reuters, que espera que uma saída "caótica" dos britânicos possa ser evitada. "É o dever da União Europeia ser prestável ao Reino Unido num processo destes. Espero que o risco de uma saída sem acordo esteja a diminuir", acrescentou.
Angela Merkel também já declarou que apoia um adiamento de "vários meses", mas pede que este seja o mais curto possível. "A extensão deve ser o mais curta possível, mas deve dar-nos uma certa calma para que não tenhamos de regressar a este assunto a cada duas semanas", afirmou a chanceler alemã, citada pela Bloomberg.
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Já os que preferem um prolongamento do prazo de saída, onde se incluem a Holanda e a República Checa, acreditam que é precisamente um adiamento ainda maior do prazo que poderá levar os britânicos a aceitarem este acordo, por medo de que a saída nunca venha a materializar-se.
Os britânicos aceitam esse cenário, mas também impõem condições. O secretário de Estado responsável pelo Brexit, Steve Barclay, adiantou que o Reino Unido está aberto a uma extensão mais longa do prazo, desde que a saída da União Europeia possa acontecer mais cedo, caso o acordo com Bruxelas seja aprovado no parlamento britânico.
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