Troika mantém meta de défice para 2014 nos 4%

Portugal deverá atingir um défice de 5,5% do produto interno bruto (PIB) este ano e de 4%, em 2014. Estas são as estimativas que constam nas conclusões da oitava e nona avaliações do programa de resgate português, que não contemplam uma flexibilização da meta do défice para o próximo ano.
Bruno Simão/Negócios
Sara Antunes e Rui Peres Jorge 03 de Outubro de 2013 às 18:13

A troika – BCE, Comissão Europeia e FMI – tal como o esperado não flexibilizou as metas de défice dos próximos dois anos, apontando para um saldo de -4%, em 2014, de acordo com as conclusões da oitava e nona avaliações do programa de resgate português. Para este ano, Portugal deverá atingir um saldo de -5,5%.

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A decisão de manter as metas não surge como surpresa, já que se antecipava que os objectivos de défice seriam mantidos tal como traçados anteriormente.

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Os sinais de que a troika não flexibilizaria as metas orçamentais para o próximo ano sucediam-se. Um dos argumentos que favorecem a manutenção do objectivo de 4% é a capacidade da economia aguentar esse choque contraccionista, especialmente num contexto em que a envolvente externa dá sinais de melhoria, ainda que ténues. Mesmo com a aplicação do pacote de austeridade de 3,3 mil milhões de euros (perto de 2% do PIB), a economia deverá conseguir crescer no próximo ano, confiam troika e Governo, segundo apurou o Negócios junto de várias fontes.

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Paulo Portas, que em Julho ficou com a responsabilidade de assumir as rédeas da negociação com a troika, perde assim uma batalha, para já, uma vez que tem defendido que a meta de défice de 2014 deveria ser revista. Ainda no dia 16 de Setembro, à saída de uma reunião de concertação social Paulo Portas, vice-primeiro-ministro, salientou que durante as negociações com a troika ia ser debatida a flexibilização do défice.

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“A diferença entre o Governo português e a troika relativamente aos limites do défice para 2014 não é uma diferença de agora, é uma diferença expressa em Abril deste ano. Estranho seria que o Governo, em nome do interesse nacional, não mencionasse esse facto. Eu desejo naturalmente que as nossas negociações, que têm muitos pontos a ser tratados, corram da melhor forma para os interesses do nosso País.”

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No final de Maio, ainda ministro dos Negócios Estrangeiros, afirmou: “Toda a gente sabe o que eu disse à 'troika' e disse também ao país: que o objectivo do défice para 2014 podia ser difícil de atingir", afirmou, adiantando que a dificuldade em atingir o objectivo de um défice de 4% no próximo ano se deve a factores externos, nomeadamente à deterioração da economia da Zona Euro.

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Entretanto os argumentos em relação a esta deterioração estão mais frágeis, uma vez que os últimos indicadores económicos revelam que a Zona Euro já saiu de recessão, ainda que as perspectivas apontem para uma recuperação ténue da economia.

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