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Governo estima que preço do petróleo desça tanto este ano como no próximo

O preço do barril do petróleo vai continuar a sua trajetória descendente para 80,9 dólares em 2024 pelo segundo ano consecutivo. Estas são as projeções do Governo português divulgadas na terça-feira na proposta de Orçamento do Estado para 2024.

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petroleo, oil, crude Nora Buli/Reuters
10 de Outubro de 2023 às 15:44

O ano tem sido de aumentos para o petróleo, mas o Governo antecipa, na proposta do Orçamento do Estado para 2024, que a tendência vá virar e que o preço do crude desça tanto este ano como em 2024. 

"De acordo com as expetativas implícitas nos mercados de futuros, o preço do petróleo deverá abrandar ligeiramente em 2024, para 81 dólares por barril, comparado com valores previstos de 83 dólares por barril em 2023", pode ler-se no relatório da proposta de Orçamento do Estado para 2024 (OE 2024), que foi entregue esta terça-feira pelo ministro das Finanças, Fernando Medina, no Parlamento.

Em 2022, a média do preço do barril estava em 98,6 dólares, o que significa que tanto para este ano como para o próximo, as projeções são de uma queda homóloga. 

A queda, em 2023, dever-se-á principalmente ao mau desempenho do ouro negro registado no início do ano. A média dos preços do crude do Brent do Mar do Norte, referência para a Europa, ficou "até finais de setembro de 2023 abaixo do nível registado para o conjunto do ano de 2022 (82 dólares por barril contra 99 dólares por barril), representando uma diminuição de 17%", revela o documento. 

Já em 2024, apesar de o Governo também prever que os preços diminuam a tendência recente tem sido de subida. Ultimamente, o preço do petróleo Brent tem apresentado uma tendência crescente, superando os 90 dólares por barril, no início de setembro de 2023. 

"A subida da cotação desta matéria-prima tem subjacente o prolongamento do corte de produção até ao final do ano por parte da Arábia Saudita, de acordo com a decisão da OPEP+, e da extensão para o mesmo período do corte das exportações da Rússia", explica.

Além disso, as melhores condições económicas  do que antecipado de grandes economias consumidoras de energia também impulsionaram a procura pela matéria-prima em 2023, "estando previsto atualmente pela Agência Internacional de Energia e pela OPEP um consumo mundial diário sem precedentes". 

Desde o início do ano até agora, tanto o petróleo Brent, negociado em Londres, como o West Texas Intermediate (WTI) – referência para os EUA – registaram subidas de 1,68% e 6,53% para 87,35 dólares e 85,51 dólares, respetivamente. Desde o início do ano até agora, a média do barril de petróleo está em 81,9 dólares no caso do crude de Brent e 77,7 no caso WTI, enquanto em 2022, a média do Brent ficou em 98,96 dólares por barril e o do WTI em 94,31 dólares por barril. 

A influenciar os preços do ouro negro poderá estar a estabilização do dólar em relação ao euro, uma vez que a matéria-prima é negociada em dólares. O Executivo prevê que no próximo ano o euro fique estável nos 1,09 dólares médios observados em 2023, depois de em 2022 ter estado em 1,05 dólares.

"Em relação ao preço em dólares das matérias-primas não energéticas, o BCE prevê uma diminuição de 3,1% da média anual para 2024, uma contração menos significativa do que a verificada em 2023 (-13,6% em termos homólogos)", acrescenta o documento.

O Governo considera que "os efeitos de base decorrentes da escalada dos preços internacionais, em 2022, no seguimento da invasão da Ucrânia", é o maior motor da queda, além de sublinhar também que "a procura industrial mais fraca do que o previsto na China e na área do euro, a expansão das reservas de gás natural na UE e a renovação dos acordos internacionais de exportações de cereais pela Ucrânia até meados de julho", também tiveram um papel preponderante na evolução dos preços das matérias-primas. 

(Notícia atualizada às 17h09)

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