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Subida dos juros veio colocar "pressão adicional" na realização de investimentos do PRR

Comissão de acompanhamento do PRR alerta que a subida das taxas de juro, para conter a inflação, tem "onerado o custo do capital", criando "uma pressão adicional" junto de quem está a executar os investimentos do PRR. Reprogramação permitiu uma "melhor adequação" do plano ao período temporal em que os investimentos devem ser executados, considera.

Mariana Vieira da Silva
Mariana Vieira da Silva Rodrigo Antunes/Lusa
13 de Novembro de 2023 às 11:03

A subida das taxas de juro veio colocar uma "pressão adicional" na realização dos investimentos previstos no Plano de Recuperação e Resiliência (PRR). O alerta é dado pela comissão nacional de acompanhamento do PRR, no relatório anual de acompanhamento da execução do plano, divulgado esta segunda-feira.

Nesse relatório anual, a comissão refere que a "situação macroeconómica caracterizada pela manutenção de taxas de inflação elevadas, apesar da descida verificada nos últimos meses", mantém "pressão sobre os preços das aquisições, designadamente nas empreitadas e na aquisição de bens e serviços". 

Com os preços das empreitadas a aumentar, a comissão liderada por Pedro Dominguinhos nota que várias obras têm atrasado o seu lançamento, "em particular no setor social". 

A juntar a isso, a subida das taxas de juro, para conter a inflação, tem "onerado o custo do capital", o que "cria uma pressão adicional junto dos promotores que necessitam de capital, em particular na concretização de investimentos empresariais, mas também ao nível da tesouraria, para garantirem a liquidez necessário para pagamentos das despesas necessárias à execução dos projetos contratados". 

Em setembro, o Banco Central Europeu (BCE) aprovou uma nova subida de juros, a décima consecutiva, ao elevar para 4% a taxa para depósitos à guarda do BCE, para 4,5% a das operações principais de refinanciamento e para 4,75% a de cedência de liquidez. Apesar de não haver garantia de que tenha sido a última subida, o BCE sinalizou que as taxas ficarão assim "pelo tempo que for necessário", indiciando uma paragem nas subidas.

Reprogramação dá uma ajuda

Com a subida dos juros a dificultar a realização dos investimentos, a comissão de acompanhamento do PRR saúda a aprovação de pedido de reprogramação, por parte da Comissão Europeia, o que permitiu uma "melhor adequação das metas e dos marcos, em particular no período temporal em que devem ser executados, face à evolução da situação económica ocorrida desde julho de 2021".

Essa reprogramação fez com que o envelope financeiro total do PRR aumentasse de 16,6 mil milhões de euros para 22,2 mil milhões de euros. Foram ainda alterados os objetivos definidos em cada marco ou meta, a sua calendarização – mantendo-se o prazo limite de ter tudo executado até 2026 – e foram introduzidos novos marcos e metas, o que "aumenta a ambição do PRR em Portugal".

"Em termos globais podemos destacar, por um lado, o reforço da ambição nas componentes já existentes, com novas medidas ou reforço das existentes, acompanhadas de um crescimento do montante financeiro e por outro, de reforço financeiro para compensar o aumento de custos verificado no hiato de tempo desde a aprovação do PRR inicial", refere a comissão de acompanhamento do PRR, no relatório anual.

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