Fundo público imobiliário vai reabilitar 7.500 casas em dez anos

O Governo apresentou esta quarta-feira o fundo público para reabilitação de imóveis destinados ao arrendamento acessível. Serão 7.500 casas em dez anos, primeiro edifícios públicos, depois também privados que queiram entrar.
Fundo público imobiliário vai reabilitar 7.500 casas em dez anos
Filomena Lança 06 de Abril de 2016 às 20:05

Um fundo imobiliário, fechado e de subscrição particular para reabilitar e colocar no mercado imóveis maioritariamente para habitação a preços acessíveis. Será gerido pela Fundiestamo, uma sociedade gestora ligada à Estamo, a empresa que já detém uma larga parte do património imobiliário do Estado, e supervisionado pela CMVM e a expectativa do Governo é que tenha uma rentabilidade "em linha com fundos desta natureza" e estimada "na ordem dos 3% a 4%".

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José Mendes, secretário de Estado Adjunto e do Ambiente apresentou esta quarta-feira, 6 de Abril, o novo Fundo Nacional de Reabilitação do Edificado (FNRE), numa cerimónia que contou com a presença de vários ministros: Ambiente, Finanças, Segurança Social e Defesa. A prova, diria mais tarde Matos Fernandes, titular da pasta do Ambiente, que este é "um projecto de todo o Governo".

Matos Fernandes: Reabilitação "é uma politica de todo o Governo"
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O FNRE, tal como o Negócios adiantou,  terá como participantes iniciais sobretudo entidades públicas. O Estado Central ou câmaras municipais, por exemplo, poderão ali colocar imóveis que tenham devolutos e que queiram encaminhar para arrendamento. O mesmo poderá acontecer com Instituições Particulares de Segurança social (IPSS) ou Misericórdias, o chamado terceiro sector e que são detentoras, por essa país fora, de um património imobiliário vasto e que não reabilitam por falta de condições financeiras para o fazer.

 

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Por outro lado, privados que tenham imóveis a precisar de reabilitação, poderão igualmente colocá-los no fundo, recebendo em troca unidades de participação do mesmo. No final do processo – estima-se, à partida que o tempo de vida útil do FNRE seja de dez anos – poderão readquirir os seus imóveis, podendo ficar estabelecido à partida que terão preferência. Entretanto, haverá distribuição de dividendos em função das unidades de participação detidas pelos vários investidores.

 

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Ministro do Ambiente

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A missão do FNRE é receber os imóveis, reabilitá-los e, depois, colocá-los no mercado com rendas acessíveis. O ministro do Ambiente concretizou entretanto que, "pelo menos 60% dos imóveis terá este tipo de rendas". Os restantes destinar-se-ão ou ao comércio, sobretudo o comércio tradicional, ou "a outras tipologias". Leia-se, por exemplo, arrendamento, mas já a valores de mercado, "se for necessário para garantir a rentabilidade do fundo". Os imóveis que serão colocados no fundo passarão "por um crivo apertado", sejam públicos ou privados, por forma a não pôr em causa a rentabilidade esperada.

 

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Segurança Social entra com uma parte

 

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O valor do fundo deverá ascender a 1,4 mil milhões de euros, dos quais um terço serão financiados pelo fundo de estabilização da Segurança Social, explicou também Matos Fernandes. O restante corresponderá ao valor dos imóveis que serão colocados no fundo. Por outro lado, este poderá também "aceder a fundos comunitários, ao programa Reabilitar para Arrendar e aos benefícios fiscais para habitação, que existem e existirão no futuro", assegura o ministro.

 

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A meta é, para já, reabilitar em dez anos 1 milhão de m2 de habitação – correspondem a 7,500 fogos e 200 mil m2 para comércio e serviços tradicionais. São metas que "dependem da procura", mas que, tendo em conta os "potenciais participantes que tem manifestado interesse", têm todas as hipóteses de vir a ser cumpridas, acredita o secretário de Estado do Ambiente.

 

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Manuel Machado, presidente da Câmara de Coimbra e da Associação nacional de Municípios, comentou de forma entusiasta a iniciativa do Executivo: "Esta é uma boa forma de aplicar o dinheiro, incluindo o da Segurança Social. O que nos propomos é por mãos à obra."

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100 milhões para "casa eficiente" O Programa "Casa Eficiente", também destinado a apoiar e incentivar a reabilitação urbana, terá uma verba de 100 milhões de euros e será intermediado pela Confederação Portuguesa da Construção e do Imobiliário (CPCI). Virada para a reabilitação a pensar na melhoria da eficiência energética, a "Casa Eficiente" será "pensada condomínio a condomínio, ou mesmo fração a fracção" e poderá ser usada por proprietários de imóveis localizados em qualquer zona do país. O programa será financiado com verbas do Plano Juncker e apoiará obras variadas, desde intervenção em fachadas a colocação de janelas, painéis solares ou outras relacionadas com o aproveitamento de energias renováveis.

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