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INE confirma carga fiscal em máximos, mas Portugal continua abaixo da média europeia

O Instituto Nacional de Estatística confirmou que a carga fiscal subiu em 2017 para o valor mais elevado, pelo menos, desde 1995.

Miguel Baltazar/Negócios
14 de Maio de 2018 às 11:10

A carga fiscal subiu em 2017 para o valor mais elevado, pelo menos, dos últimos 22 anos, confirmou esta segunda-feira o Instituto Nacional de Estatística (INE). Contudo, o peso dos impostos e contribuições sociais em Portugal continua a ser mais baixo do que a média verificada na União Europeia.

Tal como o Negócios já tinha avançado, no ano passado, a carga fiscal atingiu os 34,7% do PIB, o valor mais elevado desde pelo menos 1995, o ano em que o INE começou a estatística. Este indicador mede o peso dos impostos e das contribuições sociais no PIB e, segundo o organismo de estatísticas, no ano passado "a variação positiva da receita foi determinada pelo crescimento de todas as componentes da carga fiscal".

INE confirma carga fiscal em máximos, mas Portugal continua abaixo da média europeia

Ainda assim, e apesar do recorde, na comparação com os restantes países europeus Portugal não tem dos valores mais elevados. O INE faz as contas retirando os impostos recebidos pelas instituições da União Europeia e conclui que o peso em Portugal é de 34,6%, quando a média da União Europeia atinge os 39,3%.

"Em 2017, Portugal foi o 12.º país com menor carga fiscal, um pouco acima de Espanha (33,9%), mas inferior, por exemplo, à Grécia (39,2%) e Itália (42,2%)," assinala o organismo de estatísticas. A Dinamarca é o país que apresenta uma carga fiscal mais elevada (chegou aos 47,1%), enquanto a Irlanda tem o peso mais baixo: 22,6%.

Como é que Portugal compara com a UE?
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Como é que a carga fiscal subiu para máximos em 2017?

Segundo o INE, todos os componentes da carga fiscal subiram no ano passado. Mas houve uns que subiram mais do que outros, alterando o seu peso relativo no PIB, tal como o Negócios já tinha avançado.

INE confirma carga fiscal em máximos, mas Portugal continua abaixo da média europeia

Segundo o INE, os impostos directos subiram 3,3%, os impostos indirectos aumentaram 6,1% e as contribuições sociais avançaram 6%.

Dentro dos impostos directos, o destaque vai para o IRC, que subiu 10,2%, enquanto a receita de IRS se manteve "praticamente ao mesmo nível". Esta evolução foi conseguida apesar de o Governo não ter mexido na taxa do IRC, mas ter diminuído o IRS, através da eliminação progressiva da sobretaxa. Além disso, o aumento da receita de IRC foi influenciado por uma receita extraordinária, na ordem dos 235 milhões de euros, vinda da EDP.

Já no que toca aos impostos indirectos, a colecta de IVA subiu 6,4%. Também sobressai o aumento de 31,6% da receita arrecadada com o imposto municipal sobre transmissões onerosas de imóveis (IMT), a subida de 12,7% na receita do imposto sobre veículos e mais 4% na colecta do imposto sobre tabaco. A receita do imposto sobre os produtos petrolíferos e energéticos aumentou 2,4%. Além disso, "as receitas com o imposto municipal sobre imóveis, devido à cobrança do adicional do IMI, regressaram a variações positivas, tendo aumentado 8,7%", soma o INE.

Do lado das contribuições sociais efectivas, o crescimento foi de 6%. O INE atribui este aumento ao crescimento do emprego mas também, ainda que em menor grau, à reversão integral dos cortes nos salários dos funcionários públicos.

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