Fisco vai escrever a 150 mil contribuintes a avisá-los sobre fim do IRS em papel
Os contribuintes que no ano passado entregaram o seu IRS em papel vão ser alertados pelo Fisco de que este ano serão obrigados a fazê-lo pela internet. Em causa estão cerca de 150 mil agregados familiares, concentrados sobretudo em Lisboa, Porto, Setúbal, Faro, Braga, Aveiro e Coimbra, que até ao final de Março receberão uma carta ou email.
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O aviso será acompanhado de algumas instruções sobre facilidades que vão ser criadas para minorar os transtornos que advêm da decisão de acabar com o IRS em papel. Por exemplo, a Autoridade Tributária (AT) indicará também quais os espaços de "atendimento digital assistido" aos quais os contribuintes poderão dirigir-se a pedir ajuda para preencherem o seu IRS digitalmente, e enviarão uma senha, por carta, a todos os contribuintes que ainda não a possuam.
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Estas medidas constam de um documento interno da AT sobre a campanha do IRS de 2018, onde algumas delas ainda aparecem condicionais à sua exequibilidade, e foram esta terça-feira oficialmente confirmadas pelo Ministério das Finanças.
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Segundo o gabinete de Mário Centeno, "o plano para a campanha do IRS de 2018 prevê que, até ao fim do mês de Março, a AT proceda ao envio de uma carta ou email aos contribuintes (uma por agregado) que no ano anterior entregaram a modelo 3 em papel a informar sobre as alterações introduzidas na entrega da declaração; quais os Espaços do Cidadão aderentes ao atendimento digital assistido; alertar sobre a necessidade de senha de acesso ao Portal das Finanças; e envio, por carta, da senha de acesso para aqueles que ainda a não possuam".
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De acordo com a mesma fonte, serão abrangidos por esta declaração cerca de 150 mil agregados, correspondentes precisamente às declarações de IRS que no ano passado entregaram IRS em papel.
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Em termos geográficos, cerca de 70% destes contribuintes/famílias concentram-se nos distritos de Lisboa, Porto, Setúbal, Faro, Braga, Aveiro e Coimbra.
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O fim do IRS em papel foi decretado pelas Finanças a 29 de Dezembro, através da portaria que anualmente aprova os modelos declarativ, como tivemos oportunidade de noticiar, e é o culminar de um processo de desmaterialização do IRS que vem ocorrendo nos últimos anos, com a necessidade de confirmação das despesas no e-fatura e com a generalização progressiva da declaração electrónica.
Em termos relativos, o número de contribuintes que ainda opta pelo papel é pequeno – são cerca de 5% do total – mas o número não é despiciendo: são 150 mil famílias, ainda, desconhecendo-se o seu perfil socio-económico e a sua apetência para as ferramentas informáticas. Quem for info-excluído ou não tiver facilidade com internet, será obrigado a contratar um contabilista ou a pedir ajuda a terceiros.
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No plano de acção do Fisco está prevista a criação de postos de "atendimento digital assistido", mas o Ministério das Finanças não esclareceu quantos novos postos serão criados nem onde, para fazer face ao aumento da procura.
Em Portugal cerca de 35% da população não acede à internet, uma percentagem que se vai alargando à medida que a escala etária sobe.
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