Tribunal de Contas volta a chumbar contas da ADSE
O Tribunal de Contas recusou homologar as contas da Direcção-Geral de Protecção Social aos Trabalhadores em Funções Públicas (ADSE), de 2014, que considera "particularmente importantes", por dizerem respeito ao ano em que a ADSE "passou a ser financiada exclusivamente pelos descontos dos quotizados".
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As conclusões constam de um relatório divulgado esta segunda-feira, 9 de Maio, pelo Tribunal de Contas. Na quarta-feira passada, outro relatório da mesma entidade chumbava as contas relativas a 2013.
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As justificações são idênticas. "O Tribunal deliberou recusar a homologação da conta da Direcção-Geral de Protecção Social aos Trabalhadores em Funções Públicas (ADSE), gerência de 2014, objecto de verificação interna, por considerar que a mesma, tal como se apresenta, não reflecte de forma verdadeira e apropriada a situação económica, financeira e patrimonial da entidade", lê-se no relatório.
A não contabilização dos descontos de quotizados que não deram entrada nos cofres da ADSE, em particular nos Açores e na Madeira; e a sua classificação em "impostos e taxas", quando deveriam ser contabilizados em "prestação de serviços" são algumas das justificações apresentadas pela ADSE. "Os proveitos e as dívidas de terceiros à ADSE e, consequentemente, o seu activo e os seus resultados líquidos, estão subavaliados, porquanto não reflectem os montantes de desconto não entregues pelas entidades empregadoras, nomeadamente pelas Regiões Autónomas, que são apurados essencialmente numa óptica de caixa, e não numa óptica patrimonial". Esta subavaliação diz respeito à altura em que os descontos dos beneficiários começaram a subir, mais do que duplicando em pouco mais de um ano, de 1,5% para 3,5%.
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A não contabilização dos descontos de quotizados que não deram entrada nos cofres da ADSE, em particular nos Açores e na Madeira; e a sua classificação em "impostos e taxas", quando deveriam ser contabilizados em "prestação de serviços" são algumas das justificações apresentadas pela ADSE.
"Os proveitos e as dívidas de terceiros à ADSE e, consequentemente, o seu activo e os seus resultados líquidos, estão subavaliados, porquanto não reflectem os montantes de desconto não entregues pelas entidades empregadoras, nomeadamente pelas Regiões Autónomas, que são apurados essencialmente numa óptica de caixa, e não numa óptica patrimonial".
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Esta subavaliação diz respeito à altura em que os descontos dos beneficiários começaram a subir, mais do que duplicando em pouco mais de um ano, de 1,5% para 3,5%.
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Foi na legislatura passada que o governo decidiu relevantes alterações ao modelo de financiamento da ADSE, com o objectivo de a tornar auto-sustentável. Em meados de 2013, a taxa aplicada às pensões e aos salários dos beneficiários subiu de 1,5% para 2,25%, em Janeiro do ano seguinte passou para 2,5% e em Maio desse ano para 3,5%. Ao mesmo tempo, os descontos da entidades empregadoras foram sendo progressivamente reduzidos, desaparecendo em 2014. O processo deste último aumento foi mais conturbado. Cavaco Silva vetou o diploma, afirmando que não seria necessário aumentar os descontos para 3,5% para garantir a auto-sustentabilidade do sistema. Notícias mais recentes parecem confirmar os receios do Presidente, ao indicarem que a receita é mais do que compensa a despesa. Em Julho, o Tribunal de Contas afirmou que o aumento dos descontos foi excessivo. Em Fevereiro, o Governo assumiu que uma taxa de 3,1% teria sido suficiente para cobrir as despesas do ano passado, apesar de também ter sublinhado que esse excedente não pode ser avaliado a curto prazo. O ministério das Finanças chegou a assumir no início deste ano que estaria a avaliar a redução de descontos para a ADSE, mas durante as negociações para o Orçamento do Estado a proposta que o PCP apresentou nesse sentido foi chumbada.
O processo deste último aumento foi mais conturbado. Cavaco Silva vetou o diploma, afirmando que não seria necessário aumentar os descontos para 3,5% para garantir a auto-sustentabilidade do sistema. Notícias mais recentes parecem confirmar os receios do Presidente, ao indicarem que a receita é mais do que compensa a despesa. Em Julho, o Tribunal de Contas afirmou que o aumento dos descontos foi excessivo. Em Fevereiro, o Governo assumiu que uma taxa de 3,1% teria sido suficiente para cobrir as despesas do ano passado, apesar de também ter sublinhado que esse excedente não pode ser avaliado a curto prazo.
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No documento o Tribunal de Contas conclui que as situações elencadas no relatório relativo a 2013 "continuam a verificar-se no ano de 2014"
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Depois de confrontar o governo com os erros apontados, o Tribunal de Contas recomenda ao director-geral da ADSE que corrija as contas e que melhores os procedimentos. Ao ministro da Saúde, pede que garanta que a ADSE não reconheça as dívidas reclamadas pelos serviços regionais de Saúde da Madeira e Açores.
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O Tribunal insiste, ainda na necessidade de "alterar o estatuto jurídico-financeiro da ADSE, por forma a que o poder decisional seja atribuído a quem financia o sistema, ou seja, os quotizados da ADSE", pensionistas e funcionários no activo.
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Na semana passada, em resposta às questões do Negócios sobre o ponto de situação das propostas para alargamento da ADSE a cônjuges que trabalhem no activo, o ministério da Saúde remeteu a decisão para mais tarde, para os beneficiários. Os sindicatos têm dúvidas sobre o grau de abertura que se deve promover.
Na semana passada, em resposta às questões do Negócios sobre o ponto de situação das propostas para alargamento da ADSE a cônjuges que trabalhem no activo, o ministério da Saúde remeteu a decisão para mais tarde, para os beneficiários. Os sindicatos têm dúvidas sobre o grau de abertura que se deve promover.
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"O eventual alargamento do universo de beneficiários da ADSE deve ser uma decisão dos beneficiários na futura organização, a quem deve competir também definir as condições desse eventual alargamento", respondeu ao Negócios fonte oficial do ministério da Saúde.O Governo diz que as outras recomendações do Tribunal de Contas serão tidas em conta na revisão que está em curso. As alterações que estão a ser estudadas pela comissão de reforma criada para o efeito, que vão no sentido da "mutualização" do sistema, vão "no sentido do recomendado pelo Tribunal de Contas de atribuir aos beneficiários da ADSE a capacidade de decidir e participar nas decisões sobre o futuro do sistema".Notícia actualizada com mais informação às 12:19
As alterações que estão a ser estudadas pela comissão de reforma criada para o efeito, que vão no sentido da "mutualização" do sistema, vão "no sentido do recomendado pelo Tribunal de Contas de atribuir aos beneficiários da ADSE a capacidade de decidir e participar nas decisões sobre o futuro do sistema".Notícia actualizada com mais informação às 12:19
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