Inflação pode permanecer elevada mesmo que preços da energia recuem, adverte economista-chefe do BCE
Philip Lane deixou claro que não basta combater a escalada dos preços da energia para travar a inflação. O economista frisou ainda a necessidade de o banco central manter uma política monetária restritiva.
O economista-chefe do Banco Central Europeu (BCE) Philip Lane deixou claro que não basta combater a escalada dos preços da energia para reduzir as pressões inflacionistas na Zona Euro.
Os preços energéticos "não são conclusivos para a dinâmica global da inflação", referiu Philip Lane, durante uma conferência em Nova Orleães, citado pela Bloomberg.
O economista-chefe do BCE referiu ainda que choque energético original, que foi agravado pela invasão russa à Ucrânia, e os efeitos da reabertura após a pandemia devem continuar a produzir efeitos nos salários "nos próximos dois a três anos".
A inflação homóloga na Zona Euro abrandou pelo segundo mês consecutivo em dezembro, mais concretamente para 9,2%. A desaceleração foi sobretudo provocada pelo recuo dos preços da energia.
No que toca à política monetária restritiva do BCE para fazer frente à inflação, o economista-chefe reconheceu que os 250 pontos base aumentados desde julho até ao momento nas três taxas de juro diretoras da Zona Euro ainda não são suficientes, pelo que serão necessárias mais subidas, conforme já foi antecipado pela presidente da instituição, Christine Lagarde.
"Estamos bastante à vontade para dar este tipo de orientação sobre o futuro", afirmou Lane ainda que tenha salvaguardado que "estas decisões estão dependentes de dados e que serão tomadas reunião a reunião, devido à incerteza que enfrentamos".
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