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Catarina Martins classifica privatizações do Governo de "vendas de garagem"

A porta-voz dos bloquistas criticou os processos de privatizações empreendidos pelo Governo, dizendo que "são negócios mal explicados" e classificando-se de "vendas de garagem". Passos valoriza o encaixe financeiro realizado.

08 de Julho de 2015 às 18:40

No debate do Estado da Nação realizado esta quarta-feira, 8 de Julho, a deputada e porta-voz do BE, Catarina Martins, começou por advertir que não iria entrar no debate sobre o "legado bíblico", numa farpa lançada à anterior troca de argumentos entre o primeiro-ministro, Passos Coelho, e o líder da bancada socialista, Ferro Rodrigues.

Catarina Martins concentrou boa parte da sua intervenção para criticar as privatizações feitas pelo actual Governo. Catarina Martins considera que estas privatizações "são negócios mal explicados" e que não passaram de "vendas de garagem".

"Perdemos o controlo de um sector estratégico" como foi o caso da EDP, "enquanto as famílias pagam cada vez mais pela luz", atirou a deputada bloquista que não ficou por aqui. Criticou os valores da compra da Tranquilidade pelos chineses da Fosun e acusou o processo de privatização da TAP de ter "contornado as regras europeias".

Pegando no caso BES/Novo Banco, acusou o Governo de ter faltado à verdade quando há cerca de um ano garantiu que os 4,9 mil milhões de euros de dívida pública alocados ao Fundo de Resolução do Novo Banco não iriam pesar no erário público. Porque, explicou Catarina Martins, a lei aprovada pelo Governo sobre a reestruturação da dívida da banca por 20 anos. E acusou o Governo de agora ter de apresentar uma conta de 2 mil milhões de euros aos portugueses pela venda do Novo Banco.

O primeiro-ministro valorizou o encaixe financeiro conseguido e explicou que as privatização realizadas pelo seu Governo permitiram obter um "resultado financeiro para o Estado que foi cerca do dobro do que estava estimado pelo anterior Governo no memorando". "Chama a isto uma venda de garagem? Então eu gostava de ter muitas vendas de garagem com encaixes tão significativos", ironizou Passos Coelho.

O chefe do Executivo também respondeu às críticas feitas pela oposição à necessidade de obter receitas extraordinárias via privatizações quando o Estado português já tem acesso autónomo aos mercados. Passos lembrou que "se tivermos de pagar ao mercado" o que foi alcançado através das privatizações, então os encargos financeiros assumidos seriam bem maiores.

Outras das críticas de Catarina Martins que teve resposta do primeiro-ministro tem que ver com a venda do Novo Banco. "Diz que acumulámos 2 mil milhões de prejuízo com a venda do Novo Banco. Deve estar bem informada, mas eu não disponho dessa informação", garantiu Passos Coelho que reitera que o Fundo de Resolução do BES "não corresponde a um encargo dos contribuintes, mas do sistema financeiro". 

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