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"É uma ameaça para a própria TAP se continuar apenas nas mãos do Estado", defende Mira Amaral

O antigo ministro dos governos de Cavaco Silva lamenta que os partidos não se tenham entendido, o que resultou na queda do Executivo. Com o Governo em gestão, Luís Mira Amaral manifesta preocupação com um dossiê em especial: a privatização da TAP.

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Entrevista a Luís Mira Amaral
12 de Março de 2025 às 12:29

Após a rejeição da moção de confiança, esta terça-feira, no Parlamento, o Governo entra em gestão. Ou seja, não perde todos os poderes, mas ficará bastante limitado e há dossiers como a TAP, a alta velocidade, o PRR, a exploração mineira, o eólico offshore e até a dessalinisadora do Algarve, que podem sofrer atrasos. "Não sei se a economia vai ser prejudicada, mas uma certeza tenho, não vai ser beneficiada", começa por dizer Luís Mira Amaral, antigo ministro de Cavaco Silva.

"Só lamento que os dois partidos que se entenderam para voltarmos a ter mais 302 freguesias, medida que eu discordo totalmente, não se tenham entendido para conseguir evitar esta queda do Governo", acrescenta em entrevista ao Negócios no NOW.

Entre as várias matérias que ficam em risco, a situação da TAP é a que mais suscita preocupações ao antigo governante. "Há um dossier que me preocupa sobretudo que é a TAP, porque a TAP está a ter alguns lucros e está numa situação ótima para poder ser vendida. E obviamente que a queda do Governo prejudica, porque o Governo em gestão não vai ter condições para continuar o dossier de privatização da TAP".

Mira Amaral vai mais longe e sublinha que "não só todos nós portugueses, pelo seu impacto em finanças públicas, mas sobretudo os trabalhadores da TAP devem estar preocupados, porque considero que é uma ameaça para a própria empresa e para os seus trabalhadores, se a TAP continuar apenas nas mãos do Estado, como está neste momento".

Mira Amaral defende que o momento é o ideal para vender a TAP, uma vez que "não estamos livres da economia mundial arrefecer novamente, ao ter uma série de crises. Aliás, as ameaças do Ocidente com as tarifas mostram isso, e com todo o contexto geostratégico. E se houver uma recessão económica mundial, o setor da aviação civil é prejudicado e, portanto, torna-se altamente complicado não só manter a TAP nas mãos públicas, como tentar vendê-la a um consórcio privado".

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