pixel

Negócios: Cotações, Mercados, Economia, Empresas

Notícias em Destaque

PCP apela à "resistência" para que se possa "abrir um caminho novo" para o país

À saída de uma reunião com o Presidente da República em Belém, o secretário-geral comunista referiu que "não é o momento para ilusões" e que o resultado do PCP é de "resistência". Rejeitou falar de uma coligação à esquerda para as autárquicas e lembrou que a CDU "provas dadas no poder local".

Paulo Raimundo PCP
Paulo Raimundo PCP Lusa
22 de Maio de 2025 às 13:35

O secretário-geral do PCP, Paulo Raimundo, apelou esta quinta-feira que à "resistência" contra as políticas do novo Governo, sublinhando que a Aliança Democrática (AD) não conta com o apoio maioritário dos portugueses. Para o líder comunista, só com essa resistência pode abrir-se "um novo caminho" para o país.

"Este não é o momento para ilusões. Este é o momento para resistir e enfrentar a política e as forças que vão dar corpo a essa política", referiu, à saída de uma reunião com o Presidente da República, onde terão discutido os resultados das eleições legislativas e a formação do novo Governo.

A CDU foi a sexta força política mais votada a nível nacional nas eleições de domingo. Em comparação com as eleições do ano passado, a coligação que junta PCP e PEV perdeu mais de 20 mil votos em todo o país e viu o Chega conquistar alguns dos seus "bastiões" no sul do país. Na nova legislatura, conta com três deputados na Assembleia da República, menos um do que em 2024.

Perante um Parlamento dominado pela direita, Paulo Raimundo deixou um apelo a "todos os democratas e patriotas"  para que, "em todas as áreas de combate, haja resistência e se possa abrir um caminho novo no nosso país". "Não é preciso esperarmos pelo total desmantelamento do SNS [Serviço Nacional de Saúde], a alteração das leis laborais para acentuar ainda mais a precariedade ou o fim de um processo de privatizações", defendeu.

Paulo Raimundo referiu que os resultados eleitorais da CDU são "de resistência" e dão "condições, força e determinação para, desde o primeiro momento, enfrentar uma política que não corresponde à maioria do povo". "Com toda a frontalidade, essa será a nossa postura. Uma postura de combate à política que conhecemos, que do que esteve em vigor este ano, quer do que está agendado para o futuro e que conhecemos", disse.

Sobre a moção de censura que irá apresentar ao Governo, Paulo Raimundo explicou que não precisa de conhecer o programa do Governo para "saber o que está na agenda". "Está em agenda um assalto à Segurança Social, uma alteração às leis laborais com mais precariedade, o desmantelamento do SNS. Não precisamos de esperar, precisamos de atuar", argumentou, acrescentando que "não há nada" que nessas matérias separe os partidos à direita.

Em relação às eleições autárquicas deste ano, rejeitou comentar a proposta do Livre de haver listas conjuntas à esquerda e apelou a "todos os democratas e patriotas" para que "apoiem e participem da frente popular e unitária que é a CDU". "A CDU tem provas dadas no poder local", enfatizou, recusando-se a tirar ilações dos resultados destas eleições. "As autárquicas têm particularidades e em nenhum momento da nossa democracia se viu uma tradução dos votos nas legislativas para as autárquicas".

Esta quinta-feira, também o CDS e o Bloco de Esquerda vão ser ouvidos pelo Presidente da República, na sequência das eleições. A reunião com o CDS está marcada para as 15h00 e a reunião com o BE para as 17h00. Ficam a faltar audiências aos restantes dois partidos com assento parlamentar: o PAN e o JPP. 

Ver comentários
Publicidade
C•Studio