PS alia-se à direita e chumba no Parlamento aumento salarial para 850 euros
Proposta comunista para aumentar salário mínimo para 850 euros foi rejeitada na Assembleia da República. PS juntou-se ao PSD, CDS-PP, Chega e Iniciativa Liberal para chumbar medida, assegurando que "Governo ouvirá parceiros sociais" sobre o tema.
A Assembleia da República chumbou esta sexta-feira a proposta do PCP para aumentar o salário mínimo nacional para os 850 euros. A iniciativa comunista foi rejeitada com os votos contra do PS, PSD, CDS-PP, Iniciativa Liberal e Chega, apesar de ter recebido os votos favoráveis dos partidos da esquerda.
No projeto de resolução (sem força de lei) agora rejeitado, o PCP defendia que o salário mínimo "tem sido profundamente desvalorizado por sucessivos governos, com atualizações abaixo do aumento dos rendimentos médios e do índice de preços ao consumidor", apesar da sua importância para combater "a pobreza e agravamento da exploração".
Segundo o PCP, se o salário mínimo tivesse sido atualizado tendo em conta a inflação e produtividade, "seria hoje muito superior". Para repor "o poder de compra perdido pelos trabalhadores e fazer face ao custo de vida", o PCP pedia, por isso, a subida do salário mínimo para 850 euros, "valor a partir do qual se farão aumentos anuais regulares".
No debate sobre a proposta, que aconteceu esta quinta-feira, a direita já tinha indicado que iria votar contra, tendo em conta os impactos negativos da pandemia, que inviabilizam mais "custos" para empresas, e a obrigação constitucional de se debater os aumentos salariais em concertação social.Já o PS não se tinha comprometido com nenhum sentido de voto, sublinhamdp que, entre 2015 e 2021, "o salário mínimo nacional aumentou 32%, ou seja, 160 euros mensais e 2.310 euros por ano".
"Garantindo o futuro no rumo certo, o Governo ouvirá os parceiros sociais para definir o salário mínimo nacional, ao mesmo tempo que procura um acordo de médio prazo sobre salários e rendimentos, garantindo uma trajetória positiva para os rendimentos de todos os trabalhadores e famílias", sinalizou o PS.
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