Centeno admite "dificuldades e preocupação" com solução do Novo Banco
O ministro das Finanças, Mário Centeno, admite que o Governo e o Banco de Portugal não estiveram em sintonia na decisão de retirar dívida do Novo Banco e da sua transferência para o BES "mau".
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Em Bruxelas, onde admitiu dificuldades na saída de Portugal do Procedimento dos Défices Excessivos por conta da intervenção no Banif, o governante confirmou mesmo a notícia da Bloomberg de quarta-feira que indicava que o secretário de Estado Adjunto Ricardo Mourinho Félix, reunido com investidores internacionais, tinha admitido divergências com o regulador na decisão.
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"O que o Governo disse na reunião – e foi transmitido desta forma ao governador – é que o ministério, o Governo, via com dificuldades e preocupação a solução que tinha sido adoptada", afirmou Mário Centeno quando questionado se mantinha a confiança política em Carlos Costa.
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Esta é a confirmação oficial de que o Governo de António Costa (que, no ano passado, foi contra a recondução de Carlos Costa como governador e que, já no poder, afirmou que quer alterar os poderes do regulador do sector financeiro) afastou-se do Banco de Portugal nesta decisão.
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A 29 de Dezembro, o regulador seleccionou cinco séries de obrigações seniores do Novo Banco e, para reforçar os seus rácios, retirou a responsabilidade pelo seu reembolso, enviando-as para o Banco Espírito Santo, onde as possibilidades de devolução são reduzidas. Há grandes investidores institucionais afectados, como a Pimco e a Black Rock, mas, apesar de o Banco de Portugal assegurar que as emissões se destinavam a grandes investidores, há particulares que também viram o seu investimento transferido.
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O Banco Central Europeu também já veio a público afastar-se desta decisão do regulador português, acabando por deixar Carlos Costa sem defesa externa.
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Centeno não quis fazer mais declarações em Bruxelas sobre o tema Novo Banco, optando por falar no "sinal muito positivo de confiança dos mercados no país".
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