Ferryboat "Atlântida" à venda até 23 de Abril sem preço mínimo

O ferryboat "Atlântida", construído pelos Estaleiros Navais de Viana do Castelo (ENVC) e rejeitado pelos Açores, foi hoje colocado à venda em concurso público internacional, que termina a 23 de Abril, sem qualquer preço base definido.
atlantida estaleiros
Correio da Manhã
Lusa 12 de Março de 2014 às 08:25

De acordo com o anúncio de abertura do concurso, publicado hoje pela administração dos ENVC em Portugal e na imprensa internacional, o navio, um ferryboat com cabines de passageiros, será vendido "na sua condição actual" e entregue em Lisboa, "podendo ser usado para o propósito inicial ou transformado para outra actividade".

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"O navio tem sido sujeito a manutenção periódica e encontra-se pronto para ser inspeccionado", lê-se no mesmo anúncio, consultado pela agência Lusa.

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Trata-se de um navio de 97 metros de comprimento, construído pelos ENVC em 2009 por encomenda do Governo dos Açores para transporte de passageiros e veículos, que "nunca operou" e que realizou os últimos testes operacionais em 2011, recorda a administração.

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Entre outras características, o anúncio refere que o "Atlântida" pode transportar 750 passageiros e funcionar com uma tripulação de 38 elementos, tendo capacidade de carga de 125 automóveis ou, em simultâneo, 107 automóveis e oito autocarros.

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Conta com solário, áreas exteriores, restaurante, salões, bares, espaço comercial, área infantil e até uma sala de máquinas de jogo, além de suites para passageiros.

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Pode atingir uma velocidade de 17 nós a 85% da potência e, nessa circunstância, tem uma autonomia de sete dias.

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As propostas de compra podem ser apresentadas, por correio electrónico, até às 10:00 (GMT) de 23 de Abril, sendo o júri do concurso presidido por um elemento da Inspeção-Geral de Finanças, integrando ainda representantes da Direcção-Geral do Tesouro e Finanças e da Direcção-Geral de Armamento e Infra-estruturas de Defesa.

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De acordo com fonte do Ministério da Defesa Nacional (MDN), os candidatos que apresentarem as três melhores propostas serão convidados a melhorar a oferta.

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Contudo, a administração dos ENVC reserva a possibilidade de não aceitar propostas que não considere vantajosas, indicou a mesma fonte.

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"O navio será vendido e entregue livre de qualquer ónus, com a dívida paga", enfatizou fonte do MDN, referindo-se aos oito milhões de euros reclamados pela empresa pública dos Açores Atlânticoline, no âmbito do acordo de rescisão do acordo com os ENVC, por incumprimento na velocidade máxima contratada.

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O concurso agora a decorrer chegou a ser reavaliado juridicamente pelo Governo, face ao requerimento judicial interposto em Fevereiro pela empresa Atlânticoline para o travar, alegando aquela administração que "corria o risco" de não ser ressarcida da verba em atraso.

 

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A empresa pública dos Açores pretendia uma venda com preço base, por ajuste direto, garantindo o valor mínimo. O "Atlântida" está penhorado pela Atlânticoline à conta da mesma dívida, referente à última tranche da indemnização de 40 milhões de euros que os ENVC deveriam pagar, por liquidar desde 2011.

 

Concluído desde maio de 2009, o "Atlântida" está avaliado em 29 milhões de euros no relatório e contas dos ENVC de 2012, quando deveria ter rendido quase 50 milhões de euros.

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No entanto, as propostas recebidas pela administração dos estaleiros antes deste concurso apontam para um valor de mercado que deverá rondar os 20 milhões de euros.

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