CGD volta atrás na decisão de reter juros nos depósitos
A Caixa Geral de Depósitos (CGD) decidiu voltar atrás na sua decisão de não pagar juros nas pequenas poupanças. Isto depois de o Banco de Portugal ter feito saber ao banco liderado por Paulo Macedo que não concordava com a medida.
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"A CGD tomou boa nota da comunicação efetuada pelo Banco de Portugal. Em face da expetativa criada, a Caixa decidiu acolher a recomendação sobre a medida que entraria em vigor no dia 1 de agosto", afirma o banco num comunicado.
O banco explica ainda que a "medida era sobretudo ditada por razões de natureza de eficiência operacional e não tanto por razões de rentabilidade" e que o objetivo era "minimizar o elevado número de lançamentos, muitas vezes dando origem a comunicação escrita, de montantes de baixa materialidade para os clientes". E exemplifica: para um depósitos de 5.000 euros, a 6 meses, o juro líquido será de 0,27 euros.
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O banco estatal comunicou aos seus clientes, na semana passada, que ia avançar com alterações aos juros pagos nos depósitos. A partir de agosto, o banco pretende alterar a "regra de pagamento de juros nos depósitos a prazo e depósitos poupança, pelo que não serão pagos juros sempre que o valor ilíquido dos juros calculados seja inferior a um euro", referiu. Uma medida que fica agora sem efeito.
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Mantém-se, porém, a decisão de reduzir em 70% os juros pagos nos depósitos poupança. Em causa estão, por exemplo, os depósitos a taxa fixa Caixapoupança Reformado, Caixapoupança Emigrante e Caixapoupança Superior. Nestes casos, os juros semestrais passam de 0,05% para 0,015%.
A retenção dos juros levou o Banco de Portugal a transmitir à Caixa que estava contra esta medida que iria afetar sobretudo as pequenas poupanças, conforme apurou o Negócios.
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"O Banco de Portugal já transmitiu à CGD a sua posição relativamente à política de pagamento de juros de depósitos a prazo recentemente anunciada por esta instituição de crédito", afirmou fonte oficial do regulador.
Esta decisão também mereceu a crítica do Bloco de Esquerda. A deputada bloquista Mariana Mortágua considerou que a decisão de não pagar juros quando o valor ilíquido é inferior a um euro "não é mais do que uma comissão encapotada que penaliza as poupanças mais baixas" e que "contraria os desígnios de um banco público". Perante as críticas, a CGD defende-se, notando que é o "principal banco promotor do aforro de clientes particulares" e que tem "vindo a promover a poupança recorrente dos portugueses". (Notícia atualizada às 20:24 com mais informação)
Perante as críticas, a CGD defende-se, notando que é o "principal banco promotor do aforro de clientes particulares" e que tem "vindo a promover a poupança recorrente dos portugueses".
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