Lucro do BCP sobe 9% para 776 milhões até setembro
"Foram nove meses complexos", afirmou o CEO do Millennium. Em Portugal, o banco lucrou quase 655 milhões de euros, num crescimento de 8%. Nas operações internacionais o aumento foi muito mais expressivo: 19,8%, alcançando 230,7 milhões de euros.
O BCP alcançou um lucro de 775,9 milhões de euros nos primeiros nove meses do ano.
"Foram nove meses complexos num enquadramento mais complexo do que tínhamos antecipado", afirmou o CEO do Millennium, referindo-se ao contexto internacional e apesar do crescimento do resultado. Miguel Maya realçou também a rentabilidade (medida no rácio ROE, ou "Return on Equity") de 14,6%.
O resultado representa uma subida de 8,7% face ao período homólogo, no qual conseguiu 714 milhões de euros. Já no primeiro semestre deste ano o BCP alcançou um resultado de 502 milhões de euros.
A atividade em Portugal também cresceu, mas ligeiramente menos: aumentou 8% para 654,5 milhões de euros.
Nas operações internacionais a subida foi muito mais expressivo: 19,8%, alcançando 230,7 milhões de euros.
Na Polónia, o Bank Millennium lucrou 202 milhões de euros apesar do persistente problema dos créditos em francos suíços. O moçambicano BCI contribuiu com 25,4 milhões de euros, numa queda de 58,9% explicada pelo contexto de instabilidade vivida no país africano.
Apesar da queda dos juros do BCE, o encaixe com a margem financeira melhorou 2,6% para 2.166 milhões de euros. A taxa da margem caiu de 3,05% para 2,92%. Em Portugal a queda foi de dimensão semelhante: baixou de 2,24% para 2,1%. O encaixe caiu 0,9 pontos percentuais para 994,7 milhões de euros. Na atividade internacional - onde a Polónia é o grosso da operação - a margem subiu 5,8% para 1.171 milhões de euros. A taxa da margem teve uma queda ligeira mas foi, ainda assim, muito superior à portuguesa: 4,37%.
As comissões também renderam mais: atingiram 628,8 milhões de euros, uma subida de 4%.
A carteira de crédito do grupo disparou quase 4,9% para 61,5 mil milhões de euros. O volume de crédito à habitação alargou-se em mil milhões de euros para um total de 29,6 mil milhões. O crédito pessoal teve um aumento ligeiro para 7,7 mil milhões de euros. Já os empréstimo a empresas evoluíram de forma significativa, de 22,7 mil milhões para 24,1 mil milhões de euros.
Em Portugal a carteira de crédito evoluiu 7,2% para 42,6 mil milhões de euros.
Ao mesmo tempo, o malparado (medido no rácio NPE, ou "Non-Performing Exposures") caiu 332 milhões de euros, fixando-se em 1,6%. Metade está vencido há mais de 90n dias. Em Portugal, é ainda mais baixo: 0,8%, tendo descido 240 milhões de euros.
Os recursos de clientes do grupo dispararam 8,6% para para 109,5 mil milhões de euros. Os depósitos a prazo subiram 1,4 mil milhões de euros para 37,4 mil milhões. Os depósitos à ordem evoluíram de 46,2 para 50,9 mil milhões de euros.
Em Portugal os recursos totalizam 74 mil milhões, depois de um crescimento de 6,3%.
No capítulo dos rácios de capital, o CET 1 (sigla para a expressão inglesa "Common Equity Tier 1") teve uma queda de 16,5% para 15,9%. Ainda assim, está muito acima do requisito exigido pela regulação, que é de 9,89%.
O rácio de capital total é de 19,9%, também confortavelmente acima do requisito de 14,38%.
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