Moratórias privadas na habitação recuaram mais de 2 mil milhões desde o pico
O governador do Banco de Portugal, que está a ser ouvido no Parlamento, afastou ainda um prolongamento "indiscriminado" da moratória do Estado, já que isto podia ter "efeito ricochete" na banca.
As moratórias privadas para o crédito da casa recuaram mais de dois mil milhões de euros desde o pico, registado em junho do ano passado, até fevereiro deste ano. Os dados foram revelados por Mário Centeno, no Parlamento. Esta medida termina esta quarta-feira, mas a do Estado continua até setembro. E o governador do Banco de Portugal afasta um prolongamento "indiscriminado", que podia ter "efeito ricochete" na banca.
"As moratórias privadas (...) têm vindo a perder importância no contexto das moratórias em Portugal", começou por dizer Mário Centeno aos deputados da comissão de Orçamento e Finanças, esta terça-feira, 30 de março. "Em relação às moratórias privadas para habitação, desde o ponto mais alto que se deu em junho até ao mês de fevereiro, temos uma redução dessas moratórias de 42%, menos 2.375 milhões de euros", referiu o governador. "Pode haver um fenómeno de transferência das moratórias privadas para a pública, mas há claramente uma redução - e é uma redução muito forte - do peso e importância destas moratórias" da Associação Portuguesa de Bancos (APB), disse, notando que o mesmo está a acontecer nas moratórias não hipotecárias. "Há uma redução muito forte do volume".
"Em relação às moratórias privadas para habitação, desde o ponto mais alto que se deu em junho até ao mês de fevereiro, temos uma redução dessas moratórias de 42%, menos 2.375 milhões de euros", referiu o governador.
"Pode haver um fenómeno de transferência das moratórias privadas para a pública, mas há claramente uma redução - e é uma redução muito forte - do peso e importância destas moratórias" da Associação Portuguesa de Bancos (APB), disse, notando que o mesmo está a acontecer nas moratórias não hipotecárias. "Há uma redução muito forte do volume".
O Banco de Portugal disse ainda que "o montante de empréstimos à habitação sob moratória privada era de 3,7 mil milhões de euros". Ou seja, este é o valor que vai expirar esta quarta-feira. Os dados mais atualizados, referentes ao final de fevereiro, vão ser conhecidos amanhã. BdP rejeita prolongamento "indiscriminado" Sobre o prolongamento da moratória pública, que termina, na sua maioria, em setembro, Mário Centeno diz que "estender indiscriminadamente sem o enquadramento da EBA teria um efeito ricochete na atividade bancária e dos clientes muito significativo". De acordo com o responsável, "devemos apostar no trabalho que a banca tem de fazer com os seus clientes", notando que "não podemos tirar um único apoio de forma precoce, mas devemos ir adaptando os apoios à evolução da crise pandémica".
BdP rejeita prolongamento "indiscriminado"
Sobre o prolongamento da moratória pública, que termina, na sua maioria, em setembro, Mário Centeno diz que "estender indiscriminadamente sem o enquadramento da EBA teria um efeito ricochete na atividade bancária e dos clientes muito significativo".
De acordo com o responsável, "devemos apostar no trabalho que a banca tem de fazer com os seus clientes", notando que "não podemos tirar um único apoio de forma precoce, mas devemos ir adaptando os apoios à evolução da crise pandémica".
No requerimento, o Bloco disse ser necessário discutir os diferentes aspetos das moratórias, mas, em particular, "garantir a proteção de todas as pessoas para quem a moratória termina em março". O partido quer ainda perceber concretamente quantas famílias "enfrentam já a aflição do fim das moratórias da APB".
A moratória para crédito hipotecário da APB termina esta quarta-feira, enquanto a do consumo vai até ao final de junho. Já a solução do Estado expira no fim de setembro.
Será votado esta quarta-feira um projeto de lei do PCP para se estabelecer a prorrogação e alargamento das moratórias bancárias. (Notícia atualizada).
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