Lucros da Jerónimo Martins crescem 6,6% para 269 milhões de euros até junho
Grupo liderado por Pedro Soares dos Santos faturou 17,4 mil milhões de euros na primeira metade do ano, uma subida de 6,7% face ao período homólogo.

- 2
- ...
A Jerónimo Martins fechou os primeiros seis meses com lucros de 269 milhões de euros, um aumento de 6,6% face ao período homólogo do ano passado, apesar da "incerteza global persistente" e de "um ambiente de consumo tímido".
Em comunicado, enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), indica que as vendas cresceram 6,7% para 17,4 mil milhões de euros. Em termos LFL [Like-For-Like, indicador de vendas comparáveis] o aumento foi de 1,6%.
"O bom desempenho das vendas e o reforço da disciplina operacional e das medidas de aumento da produtividade permitiram proteger a rentabilidade num semestre que se antecipava difícil, devido à combinação do baixo nível de inflação nos nossos cabazes com a subida dos salários e à estagnação do consumo alimentar", diz o grupo, que opera em Portugal, Polónia, Colômbia e Eslováquia.
Já o EBITDA (lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) aumentou 10,3%, para 1,1 mil milhões de euros, com a respetiva margem a subir para 6,6% (contra 6,4% no primeiro semestre de 2024).
O desempenho foi positivo em toda a linha. Na Polónia, o principal mercado do grupo, as vendas da Biedronka, em euros, subiram 7,1% para 12,4 mil milhões de euros - um aumento de 0,9% LFL -, com a marca da "joaninha", que cumpre 30 anos, a responder por 71% das receitas totais. Já a compatriota Hebe teve uma subida da faturação de 9,4% para 297 milhões de euros (+1,3% LFL). anos
Já em Portugal, que nem responde por um quinto das receitas (18,4%), o Pingo Doce faturou 2,53 mil milhões de euros, com a conversão de lojas para o conceito All About Food a levarem as vendas a crescer 5,7% com um forte LFL de 3,9% (excluindo combustível). A cadeia de "cash & carry" Recheio, por seu turno, teve vendas de 657 milhões de euros, 1,9% acima do primeiro semestre do ano anterior, com um LFL de 1,6%.
Por fim, a Ara, na Colômbia, subiu vendas em 7% (LFL de 5,3%) atingindo 1,5 mil milhões de euros no semestre.
A Jerónimo Martins contava, a 30 de junho, com um parque composto por 6.256 lojas, das quais 60% Biedronka, sendo que, em Portugal, tinha 492 supermercados Pingo Doce e 43 Recheio. Na primeira metade do ano, o grupo abriu 196 lojas, incluindo seis Biedronka na Eslováquia, mercado onde se estreou este ano e onde espera somar "pelo menos 50" no final do próximo.
“No primeiro semestre de 2025, num contexto de incerteza global persistente, mantivemo-nos fiéis às nossas prioridades estratégicas: garantir a competitividade de preços; compensar a pressão de operar com baixa inflação alimentar e aumento dos custos com pessoal; e executar os programas de investimento", diz o CEO da Jerónimo Martins, Pedro Soares dos Santos, apontando, aliás, que "a execução do plano de investimento avança sem hesitações". O programa em 2025 deve ficar em linha com o valor dos últimos anos, isto é, situar-se "acima de mil milhões de euros".
Para o resto do ano, as perspetivas mantêm-se essencialmente como as enunciadas a 19 de março, aquando da apresentação dos resultados de 2024 do grupo.
"Os primeiros seis meses de 2025 ficaram marcados por uma incerteza acentuada, impulsionada por turbulência na geopolítica global e instabilidade política nas principais economias europeias. Num ambiente que permanece volátil, prevemos que o comportamento do consumidor continue a pautar-se por prudência e contenção e que a dinâmica concorrencial dos mercados onde operamos se mantenha intensa. Ainda assim, as perspetivas para 2025 mantêm-se, no essencial, em linha com o apresentado a 19 de março", diz Pedro Soares dos Santos, na mensagem que acompanha a apresentação dos resultados.
Olhando ao desempenho no segundo trimestre os lucros da Jerónimo Martins desceram 8,9% para 142 milhões de euros, apesar de as vendas terem aumentado 9,6% para 9,02 mil milhões de euros.
Mais lidas