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UE pressiona EUA para isentar vinho e bebidas espirituosas das tarifas de 15%

Negociações prosseguem para que vinho e bebidas espirituosas entrem no pacote das isenções. Setor europeu até tem um aliado do outro lado do Atlântico, mas a entrada em vigor das tarifas de 15% está iminente.

A UE é um grande exportador de vinho para os EUA.
A UE é um grande exportador de vinho para os EUA. Getty Images
30 de Julho de 2025 às 14:52

A União Europeia (UE) está a pressionar os Estados Unidos para conseguir mais isenções às , acordadas para grande parte dos produtos europeus, com os vinhos e as bebidas espirituosas a figurarem no topo das prioridades.

Segundo a , que cita fontes conhecedoras do processo, o bloco dos 27, apoiado por líderes da indústria como Bernard Arnault, dono do conglomerado de luxo francês LVMH (Louis Vuitton Moët Hennessy), procura um acordo que, pelo menos, coloque os vinhos e as bebidas espirituosas na tabela pela qual se regiam antes da vaga de anúncios de tarifas por parte do Presidente norte-americano, Donald Trump, iniciada no chamado "Dia da Libertação".

Tal significaria - explica - tarifas de 0% para as bebidas espirituosas e a tarifa de nação mais favorecida (MFN, na sigla em inglês) adicional na ordem de 6 a 7% para o vinho, de acordo com as fontes ouvidas pela agência de notícias financeira. Uma mudança que seria - aponta - crucial para um setor que exportou para os Estados Unidos 26 mil milhões de euros destas bebidas alcoólicas no ano passado.

Em cima da mesa das negociações está também reciprocidade, ou seja, a isenção de tarifas para as bebidas espirituosas dos Estados Unidos. 

Um aliado na América

Com efeito, os europeus contam com um forte aliado do outro lado do Atlântico: os seus congéneres norte-americanos que também almejam por uma taxa 0%, dado que a UE figura como um importante mercado para as suas exportações, sendo, aliás, o primeiro de bebidas como o uísque "made in USA".

Em , após ter sido anunciado o acordo, o CEO do Conselho de Bebidas Destiladas dos Estados Unidos (DISCUS, sigla em inglês), Chris Swonger, afirmou estar confiante de que as negociações para o efeito vão chegar a bom porto.

"Estamos otimistas de que, nos próximos dias, este positivo acordo vai levar ao regresso às tarifas 'zero por zero' para as bebidas espirituosas dos Estados Unidos e da UE, o que beneficiará não só os destiladores do nosso país, mas também os trabalhadores norte-americanos e os produtores que os sustentam do grão de cereal até ao copo", aponta.

"Durante mais de 20 anos, pequenas e grandes destilarias de todo o país prosperaram no quadro de uma relação livre de tarifas com a UE, o nosso maior mercado das exportações. É tempo de voltar aos brindes e não às tarifas", realça o dirigente da DISCUS, que representa quase 70% de todas as bebidas espirituosas vendidas no país.

E explica porquê com números. Devido à imposição de tarifas retaliatórias por parte de Bruxelas em 2018, as exportações de uísque dos Estados Unidos para a UE caíram 20% de 552 milhões para 440 milhões de dólares (2018-2021), diz a organização para, de seguida, contrapor que, após a suspensão das taxas, em 2022, as exportações aumentaram quase 60%, passando de 440 milhões em 2021 para 699 milhões de dólares em 2024.

Fontes da Comissão Europeia e representantes da indústria indicaram que as negociações se encontram mais avançadas na bebidas espirituosas do que nos vinhos mas, segundo adiantaram as mesmas fontes à Bloomberg, podem sempre derrapar no tempo.

Fonte oficial da Casa Branca, que falou sob a condição de anonimato à mesma agência, referiu que Washington vai, para já, ou seja, a partir de 1 de agosto, sexta-feira, aplicar a tarifa base de 15% também às bebidas espirituosas e vinhos procedentes da UE, embora esse assunto esteja a ser considerado no quadro das negociações sobre os produtos agrícolas.

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