O colapso da companhia aérea espanhola Air Comet poderá deixar o grupo Marsans em dificuldades, já que os seus donos injectaram nos últimos dois anos 143 milhões de euros na Air Comet e ficam agora a braços com uma dívida superior a 100 milhões.

Os empresários Gonzalo Pascual e Gerardo Diaz Ferrán pretendiam vender a companhia aérea a todo o custo e evitar o seu fecho para libertar-se das dívidas da Air Comet, mas sobretudo para eliminarem os avales dados pela Viajes Marsans à Air Comet, segundo reporta o jornal “Expansión”.

De acordo com a mesma fonte, com a Air Comet a entrar num processo de insolvência em Madrid, os credores poderão vir a reclamar os seus créditos junto da própria Viajes Marsans. Em causa está uma dívida de 100 milhões de euros (entre os credores estão o alemão Nord Bank, com 17 milhões, a Segurança Social, com 16 milhões, e os funcionários, com cinco milhões de euros).

A agência de viagens Marsans tem 650 agências em Espanha e mais de 60 em Portugal, onde está desde 2003.

A ministra espanhola da Economia, Elena Salgado, já reagiu ao momento difícil que vive a Air Comet. “A nossa preocupação são os trabalhadores e as pessoas que querem voar nesta altura”, disse Elena Salgado numa entrevista à Cadena SER.

Segundo o jornal “Cinco Dias”, o governo espanhol suspendeu ontem a licença de voo da Air Comet, tendo entrado em contacto com outras companhias aéreas para recolocar os cerca de 7 mil passageiros afectados pelos problemas daquela empresa.

Esta é a segunda vez que em Espanha se dá o fecho de operações de uma companhia aérea espanhola. Há três anos, em Dezembro de 2006, também a Air Madrid teve de suspender as suas operações.