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Lucros da Jerónimo Martins crescem 59% entre janeiro e março

O resultado líquido sobe para 140 milhões de euros no primeiro trimestre em todo o grupo, com as vendas a aumentarem 23,4% e a margem EBITDA a cair para 6,6%. O Pingo Doce viu as vendas crescerem 9,4%.

Pedro Soares dos Santos
Pedro Soares dos Santos Bruno Colaço
26 de Abril de 2023 às 17:12

A Jerónimo Martins viu o resultado líquido subir em todo o grupo para 140 milhões de euros no primeiro trimestre deste ano, uma subida de 59,1% face aos 88 milhões registados no mesmo período do ano passado, de acordo com o comunicado enviado pela empresa à CMVM.

O EBITDA (lucros antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) aumentou 20,1%, para 446 milhões de euros, enquanto as vendas cresceram 23,4%, para 6,8 mil milhões.

Já a margem EBITDA ficou em 6,6%, o que compara com os 6,7% no primeiro trimestre do ano passado, de acordo com a Jerónimo Martins. "Tal como antecipado, e refletindo a pressão sobre a margem bruta exercida pelo investimento em preço realizado por todas as insígnias de retalho alimentar, a margem EBITDA do grupo caiu", lê-se no comunicado.

Apesar disso, "o forte desempenho de vendas, resultante da intensa dinâmica comercial e do reforço da competitividade dos preços" nas diferentes marcas "impulsionou um sólido crescimento do valor do EBITDA", defende o grupo, embora o consumo se tenha "mantido pressionado pelos efeitos da inflação".

O crescimento é verificado em "todos os países" em que a Jerónimo Martins opera: "Na Polónia, a Biedronka aumentou volumes e mitigou o impacto sobre o seu crescimento Like-for-Like da substituição por produtos de menor preço", enquanto "em Portugal e na Colômbia, o Pingo Doce e a Ara registaram aumentos nas vendas do mesmo parque de lojas apesar da aceleração do 'trade-down' no trimestre ter impactado as respetivas taxas de crescimento".

Ainda assim, acrescenta a empresa, "os comparativos face ao ano transato tornar-se-ão mais exigentes a partir do segundo trimestre de 2023, à medida que a comparação se faça com valores de 2022 que incorporaram aumentos de preços alimentares progressivamente mais intensos".

Vendas do Pingo Doce crescem 9,4%

Em Portugal, indica a Jerónimo Martins, o Pingo Doce "manteve o investimento em promoções fortes e relevantes para os consumidores", com as vendas a crescerem 9,4% para os 1,1 mil milhões de euros. No primeiro trimestre, o Pingo Doce abriu duas novas lojas e remodelou outras sete.

Já no Recheio (cash & carry), houve "um forte aumento das vendas, que atingiram os 295

milhões de euros (+29,2%), num contexto de crescimento saudável do HoReCa" e que o grupo atribui à "competitividade" deste segmento.

"Antecipa-se que os desafios colocados pela fragilidade do consumo interno e pela tendência instalada de 'trading-down' permaneçam ao longo de 2023", afirma a empresa. No entanto, em simultâneo, tem a expectativa de que "o turismo se mantenha como o principal motor de crescimento do sector HoReCa" [hotéis, restaurantes e cafés].

O EBITDA dos dois negócios em Portugal foi de 77 milhões de euros, 13,5% superior ao período homólogo, com "a respetiva margem a fixar-se nos 5,6%, em linha com o primeiro trimestre de 2022".

"Enquanto no Pingo Doce a margem EBITDA desceu 13 p.b. [pontos base] na sequência do forte investimento em preço e do impacto do 'trade-down', no Recheio a margem subiu, seguindo a tendência associada à recuperação da alavancagem operacional", detalhou a retalhista.

"Uma força anti-inflacionista"

Citado no comunicado, o CEO do grupo, Pedro Soares dos Santos, notou que "a inflação alimentar mantém-se alta nos três países" onde a Jerónimo Martins tem negócios, considerando que "continua a pressionar a confiança do consumidor e o poder de compra das famílias". Garante, por isso, que há uma "aposta em investir em preço" para reforçar posições de mercado.

"Os resultados dos primeiros três meses do ano confirmam a força operacional e competitiva das nossas insígnias", entende ainda, defendendo que "mostram grande capacidade de leitura da envolvente e a flexibilidade necessária para ajustar as suas propostas às necessidades dos consumidores".

"Continuaremos, como até aqui, comprometidos com ser uma força anti-inflacionária", promete o CEO, garantindo que vai "absorver parte da pressão do aumento dos preços sobre os consumidores", e, em simultâneo, concretizar o programa de investimentos previsto.

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