EDP vai avançar com um novo plano estratégico em 2025, com metas alargadas até ao final da década
Depois de ter anunciado este ano uma revisão em baixa do seu plano estratégico até 2026, com menos GW a instalar e investimentos mais modestos, a EDP prepara-se agora para avançar já no início do próximo ano com novas metas para esta década.
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"Em 2023 avançámos com ambições bastante claras. Mas no final desse ano e início de 2024 começámos a sentir o pior dos dois mundos: preços da energia a cair substancialmente e taxas de juro muito altas. Na altura fez-nos sentido reduzir de 20 mil milhões para 17 mil milhões, mais ao mesmo tempo procurando investimentos com rentabilidades mais interessantes. Ou seja, reduzir 10 a 15% no número de projetos mas, exigindo mais rentabilidade. E estamos satisfeitos", disse o administrador da EDP Pedro Vasconcelos, na conferência Energy 2024 do ECO.
No entanto, e porque no decorrer deste ano todo este contexto melhorou acima das expectativas, a elétrica prepara-se agora para apresentar um novo plano estratégico, tal como acontece de dois em dois anos. "Faremos a comunicação ao mercado de um plano até ao final da década", que será apresentado no "início de 2025".
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O administrador justificou esta decisão com as taxas de juro a descer, bons sinais da Reserva Federal e os os preços da energia a recuperar desde abril até agora.
Na mesma conferência, o administrador da EDP Pedro Vasconcelos disse também que as políticas protecionistas criam barreiras à transição energética e que não está prevista fusão entre EDP e EDP Renováveis, pois o grupo já se reorganizou para capturar vantagens da fusão dos negócios.
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"Neste momento não", respondeu, explicando que houve reorganização interna e que atualmente o grupo "captura essa fusão de negócio".
Já sobre as preferências da EDP quanto às eleições presidenciais nos Estados Unidos, um mercado fundamental para o grupo, Pedro Vasconcelos adiantou que é conhecido que Donald Trump (candidato Republicano) é "contra esta lógica de transição energética" e que o setor precisa de estabilidade para atrair investimentos.
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"É óbvio que alguém que suporte a transição energética, a descarbonização, está alinhado com os nossos valores", disse.
Pedro Vasconcelos afirmou ainda que movimentações em torno de maior protecionismo são sempre negativas para a transição energética e que pôr maiores barreiras a produtos da China é um problema se o objetivo é a reindustrialização da Europa.
"Somos claramente contra tarifas, claramente contra intervencionismo", vincou.
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Afirmou ainda Pedro Vasconcelos que a EDP diverge de qualquer ideia que ponha a transição energética numa lógica mais protecionista a servir a reindustrialização económica, como parece indicar o 'relatório Draghi'.
Quanto aos preços da eletricidade em Portugal, Vasconcelos disse que eventuais subidas dependerão de fatores mais externos, como mercado europeu e 'commodities', mas considerou que o preço em Portugal está abaixo da média europeia e que isso deve ser aproveitado para atrair investimentos.
"Portugal tem uma janela de oportunidade única de reindustrialização, Portugal e Espanha, conseguem ter uma vantagem competitiva [no preço] e sinto que essa ficha não caiu ao nível dos nossos políticos", afirmou.
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Segundo Vasconcelos, é a vantagem preço que levou a Amazon a decidir fazer um grande investimento em Aragão (Espanha).
"Podemos tornar a Península Ibérica um círculo virtuoso de reindustrialização. É absolutamente fundamental atrair novo investimento para consumo", afirmou.
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