Stilwell: EDP mantém metas de lucros e dividendos apesar de covid-19
"Obviamente vamos ser impactados (pela covid-19), mas mantemos o nosso guidance", afirma o atual responsável pela elétrica.
O grupo EDP não vai alterar as metas para este ano, apesar da disrupção que a pandemia de covid-19 veio causar na economia a nível global, afirma o CEO interino, Miguel Stilwell d'Andrade, numa entrevista à Reuters.
A elétrica prevê alcançar um lucro líquido recorrente entre 850 milhões e 900 milhões de euros em 2020, acima dos 854 milhões arrecadados no ano passado. "Obviamente vamos ser impactados (pela covid-19), mas mantemos o nosso guidance", afirma o atual responsável pela elétrica, considerando que esta é uma prova da "resiliência do negócio".
"Obviamente vamos ser impactados (pela covid-19), mas mantemos o nosso guidance", afirma o atual responsável pela elétrica, considerando que esta é uma prova da "resiliência do negócio".
Além dos lucros, o dividendo também não irá descer dos atuais 19 cêntimos, como o Negócios já tinha avançado, mantendo-se um rácio de payout entre os 75% e os 85%. Por fim, no final do ano, a dívida deverá encurtar para 3,2 vezes o EBITDA, quando no primeiro trimestre estava nas 3,4 vezes, apesar da recente aquisição da espanhola Viesgo.
Os altos e baixos
Os objetivos referidos não significam que não sejam reconhecidas falhas na atividade. "Obviamente teremos alguns impactos negativos no Brasil associados à desvalorização do real e à redução da procura quer em Portugal, Espanha e Brasil", admite o CEO.
Contudo, Miguel Stilwell d’Andrade afirma que existem pontos positivos a compensar estes dissabores. A sustentar as contas estão o plano de rotação de ativos, que prevê a venda de dois portefólios, "e que também estão a correr muito bem", assim como a redução nas taxas de juros. Paralelamente, os resultados na área de gestão de hedging têm sido reforçados, assegura.
À quinta é de vez
Este reafirmar das projeções financeiras da EDP surge dois dias após a elétrica ter anunciado a compra da espanhola Viesgo, um negócio avaliado em 2 mil milhões de euros e parceria com a Macquarie.
Na entrevista à Reuters, Stilwell d'Andrade afirma que esta não foi a primeira tentativa de aquição. "A EDP tentou comprar a Viesgo 4 ou 5 vezes nos últimos 20 anos porque são redes que estão contíguas ou sobrepostas e, do ponto de vista físico, operacional tem imenso potencial". Finalmente, "os astros ficaram alinhados", conclui. O CEO interino afirma que, além de conseguir manter as metas, a compra permite manter todo o potencial de crescimento nas renováveis e nas redes no Brasil, além de mais de duplicar a presença em Espanha.
De acordo com outra entrevista, concedida à Bloomberg, Miguel Stilwell de Andrade afirma inclusivamente que a "covid-19 não teve um impacto no interesse dos fundos de infraestruturas. Quanto muito, penso que o terá reforçado, uma vez que estamos a ter taxas de juro mais baixas durante um período mais longo". O CEO realça ainda que os projetos de energia eólica são projetos de longo-prazo que oferecem remunerações "razoavelmente previsiveis". Com a compra da Viesgo, a EDP ganhou 24 novos parques eólicos espalhados pela Península Ibérica. (Notícia atualizada às 15:06 com o conteúdo da entrevista à Bloomberg)
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