Teófilo “calça” Lavoro com 22 milhões e põe-se em marcha para ganhar um terço do mercado
Líder nacional no calçado profissional, apresentando-se como “parceiro de bombeiros, militares e forças policiais”, a vimaranense Lavoro fatura 22 milhões de euros, exporta para 50 países, emprega perto de 300 pessoas e tem em curso um investimento de cinco milhões.
Nos tempos de adolescência, quis ser aviador, o que lhe valeu a alcunha de “Piloto”, mas estava escrito na genética profissional familiar que Teófilo Leite iria parar à indústria do calçado.
Nono de uma fornada de onze filhos, o seu pai comercializava couros e cabedais, o avó paterno fazia sapatos por medida para os seminaristas de Felgueiras, enquanto o avó materno fabricava formas para calçado.
Formado em Engenharia Mecânica, era diretor industrial de uma das maiores fábricas de calçado, a Campeão Português, até que decidiu investir no seu próprio negócio - focalizado numa área específica do setor e em que a concorrência fosse menor.
Em 1986, quando contava 38 anos, Teófilo Leite criava a ICC – Indústria de Comércio e Calçado, mais conhecida pela sua principal marca, a Lavoro, que viria a tornar-se líder nacional no calçado profissional para os mais diversos ambientes de trabalho – da indústria à floresta, com passagem pela logística, bombeiros, forças de segurança e militarizadas.
Sediada em Guimarães, a Lavoro emprega perto de 300 pessoas e fatura 22 milhões de euros por ano, exporta para 50 mercados, que absorve cerca de 60% da sua produção, que é de 600 mil pares, e tem em curso um investimento de cinco milhões de euros, “focado na renovação e ampliação das instalações de 4 para 10 mil metros quadrados, na produção com energia fotovoltaica, na robotização, no corte digital, na costura automática e na injeção robotizada com reciclagem de materiais”, detalha a empresa, em comunicado.
Entretanto, a participar na Segurex 2025, que está a decorrer na FIL, em Lisboa, a Lavoro garante que, apresentando uma vasta gama de calçado técnico para bombeiros, militares e forças de segurança, “reforça a sua posição de referência europeia em inovação e proteção do pé em contexto de trabalho”.
“Se o calçado profissional incomoda, a segurança falha”, atira Teófilo Leite, afiançando que a Lavoro está “ao dispor da segurança e saúde do pé em contexto laboral”.
E numa altura em que o Estado português vai investir fortemente no reforço da prontidão militar do país, o presidente da ICC sinaliza que a Lavoro “pretende produzir e comercializar um terço das necessidades nacionais” em termos de calçado profissional para “o setor da segurança e defesa até 2030”.
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