Alemães da DE-CIX colocam Lisboa no centro da conectividade transatlântica
Operadora alemã de pontos de tráfego quer manter Portugal como um dos focos centrais das ligações atlânticas e garante a necessidade de estar presente em todos os centros de dados do país.
Lisboa está a tornar-se cada vez mais relevante no panorama das ligações de conectividade entre continentes. A visão é partilhada por Ivo Ivanov, CEO da DE-CIX, operadora alemã de Internet Exchange (IX), evidenciando o forte papel que Portugal tem estado a desempenhar nas ligações.
Um dos exemplos é a abertura de centros de dados, nomeadamente da Atlas Edge, Equinix ou ainda da Start Campus. Atualmente estão nos principais centros e querem estar nos novos que ainda vão abrir. "Não somos operadores de centros de dados, mas precisamos deles. Assim que abrirem [novos], vamos lá estar", disse o CEO, durante uma apresentação à imprensa.
A DE-CIX tem ainda uma parceria com a Altice Wholesale Solutions, estando presente no centro em Linda-a-Velha, cujo investimento em 2023 foi de três milhões de euros. Este centro liga diretamente ao "core" da empresa alemã, uma vez que serve para interligar redes internacionais, nomeadamente transatlântico e transeuropeu.
Outro exemplo, e que está diretamente ligado à DE-CIX, é precisamente a conectividade com outras geografias. Para Ivo Ivanov, não faz sentido interligar países sul-americanos a outros pontos da Europa, só a Lisboa.
"Acredito no papel de Lisboa como um importante 'gateway' para a América do Sul e África. Lisboa já era uma porta de entrada e agora também o é nas ligações de conectividade", adiantou Ivanov.
A razão? "A localização da infraestrutura digital é importante por causa da conversa entre dados. É imperativo estar o mais próximo possível dos utilizadores e Lisboa é a porta mais próxima".
"Acredito muito no papel de Lisboa, e também de Portugal em ser um 'gateway' para as ligações e em ligar os três continentes. Quase como uma abordagem panatlântica". E o CEO da empresa alemã, presente em Lisboa desde 2019, vai mais longe: "queremos tornar Lisboa na capital digital".
Classificando Portugal como um mercado com potencial para continuar a crescer, especialmente devido aos pontos de amarração de cabos submarinos, Ivo Ivanov defende que não faz sentido ter ligações da América do Sul, especialmente do Brasil, a atravessar a costa dos Estados Unidos em direção a Lisboa. Agora, a ligação pode e deve ser direta, diz.
"Nos seis anos em que já cá estamos, assistimos a um crescimento das redes locais na ordem dos 1.200%", refere o CEO.
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