Tecnológicas atiram Wall Street para o vermelho. Meta afunda 11%
A queda abrupta da Meta, dona do Facebook, em bolsa deixou os principais índices norte-americanos pintados de vermelho, mesmo depois de os EUA e a China terem chegado a um novo entendimento comercial que define tréguas entre as duas maiores economias do mundo durante um ano. O líder norte-americano concordou em reduzir as tarifas que os produtos chineses enfrentam à chegada aos EUA, enquanto Pequim comprometeu-se a retomar a compra de soja, dar um passo atrás nas restrições à exportação de terras raras e, ainda, combater o tráfico de fentanil.
O S&P 500 terminou a penúltima sessão do mês com perdas de 0,99% para 6.822,35 pontos, enquanto o industrial Dow Jones cedeu 0,23% para 47.522,12 pontos. Com as tecnológicas a "sangrarem", o Nasdaq Composite foi o mais afetado, deslizando 1,57% para 23.581,15 pontos, depois de até ter conseguido sobreviver às perdas na quarta-feira - quando os comentários de Jerome Powell, presidente da Reserva Federal (Fed), atiraram os restantes índices para o vermelho.
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Para Jack McIntyre, gestor de carteiras da Brandywine Global, os movimentos desta quinta-feira são, em parte, "um legado de ontem", acrescentando que faz sentido que a Fed não se comprometa com um novo corte nas taxas de juro em dezembro. "Eles não querem ficar em dívida com o mercado", referiu à Reuters, adicionando que os ganhos do dólar e o recuo nos juros foram fatores de pressão para as ações.
Com os mercados menos otimistas em relação a um novo corte, os investidores viraram-se para os resultados trimestrais das empresas, principalmente das grandes tecnológicas - que não dão deram assim tantas razões para sorrir. A Meta afundou 11,33% para 666,47 dólares, tendo chegado a cair 14% - a pior sessão desde abril do ano passado -, depois de a dona do Facebook ter visto os lucros caírem 83% para 2,71 mil milhões, penalizados por um encargo fiscal único de 15,9 mil milhões de dólares e aumentando novamente o investimento em IA, causando receios nos investidores.
Já a Microsoft cedeu 2,90% para 525,82 dólares, apesar de até ter registado uma aceleração nas receitas acima do esperado pelo mercado. A empresa viu as suas vendas crescerem 17% para 77,67 mil milhões de dólares, mas deixou um aviso: o investimento vai aumentar outra vez este ano - o que reverteu o entusiasmo inicial em torno dos resultados da tecnológica.
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Em claro contraste, a Alphabet ganhou 2,52% para 281,48 dólares, após ter visto as receitas disparerem 16% para 102,35 mil milhões de dólares - um valor que fica bastante acima das previsões, que apontavam para 99,85 mil milhões. A IA foi a grande impulsionadora dos resultados da dona da Google e a empresa promete investir ainda mais, podendo chegar aos 93 mil milhões este ano.
Já a Nvidia, que é a última das "sete magníficas" a apresentar resultados, no dia 19 de novembro, corrigiu os ganhos da sessão anterior, ao ceder 2,04% para 202,81 dólares, depois de se ter tornado a primeira empresa de sempre a ultrapassar a marca dos cinco biliões de dólares em capitalização bolsista - a primeira "five trillion dollar baby". No entanto, nesta sessão, ficou abaixo desse patamar.
Das 222 empresas do S&P 500 que já apresentaram resultados, 84,2% conseguiram ficar acima das expectativas dos analistas, de acordo com dados da LSEG, citados pela Reuters. É um valor que fica acima da média dos últimos quatro trimestres, que se fixa em 77%.
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