Ansiedade invade Times Square. Nasdaq regista primeira queda semanal do ano
Os investidores tentam entender os sinais vindos do mercado da dívida, onde os juros se agravaram de forma expressiva e apontaram para uma recessão, numa altura em que o mercado pondera a possibilidade de um reforço da política monetária restritiva.
A ansiedade sentida no mercado da dívida tem transpirado, desde esta quinta-feira, para o mercado acionista norte-americano, numa altura em que os investidores temem que a Fed regresse a política monetária mais restritiva depois de ter abrandado na última reunião o ritmo da subida dos juros diretores.
As ações de crescimento, em especial as tecnológicas - mais sensíveis a este tipo de mudanças –, são as que têm sofrido mais, tendo o Nasdaq contabilizado a primeira perda semanal deste ano.
O Standard & Poor's 500 (S&P 500) valorizou 0,22% para 4.090,46 pontos, enquanto o industrial Dow Jones subiu 0,50% para 33.869,27 pontos. Já o tecnológico Nasdaq Composite perdeu 0,61% para 11.718,12 pontos, tendo no acumulado da semana recuado 2,41%.
No mercado da dívida, os juros das obrigações norte-americanas agravaram-se em todas as maturidades, tendo os juros da dívida a dois anos (4,515%) ficado bem acima da "yield" das obrigações a dez anos (3,743%), o que sinaliza os receios do mercado em torno de uma possível recessão.
Os juros da dívida a dez anos atingiram mesmo máximos de um mês, num dia em que foi realizada uma colocação de obrigações a 30 anos que, segundo a Reuters, registou uma "fraca procura".
Além do futuro da política monetária e do cenário macroeconómico, os investidores mantiveram-se atentos à "earnings season".
Até ao momento, das cotadas do S&P 500 que apresentaram resultados, mais da metade das empresas registaram lucros trimestrais. Destas, 69% superaram as expectativas, de acordo com os dados da Refinitiv.
Os investidores estiveram atentos às ações da Lyft, as quais registaram a maior queda diária de sempre, ao tombarem 36,44%, após a companhia ter apresentado um "outlook" que ficou aquém das expectativas dos analistas.
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